As últimas gerações mudaram a dinâmica tradicional da entrevista de emprego, com os candidatos a aparecerem bem informados, com um conjunto de perguntas preparado, e uma série de expectativas sobre a empresa e a vaga, às quais o entrevistador deverá conseguir responder com sucesso.
As últimas gerações dispõem de múltiplas ferramentas de informação, vão a entrevistas com grande conhecimento da empresa (pelo LinkedIn, Google Review, Glassdoor, Instagram, Facebook, sites corporativos, notícias…) e têm uma série de perguntas e expectativas que não hesitarão expor durante o processo de recrutamento.
Os talentos millennial (Y) e centennial (Z) exigem comunicação direta, uma cultura corporativa específica, possibilidades de alcançar todo o seu potencial durante cada uma das suas etapas profissionais, e que a sua função tenha verdadeiramente impacto dentro da empresa. Neste novo cenário e dinâmica, os departamentos de recursos humanos e outros entrevistadores durante o processo de recrutamento são cada vez mais “entrevistados” pelos candidatos.
A consultora Robert Walters dá 3 conselhos para não deixar escapar o melhor talento, superando com sucesso o momento do “entrevistador entrevistado”:
1- A perceção da sua marca – não seja apanhado de surpresa
Hoje em dia, o processo de seleção começa muito antes da entrevista. No passado, os profissionais contavam apenas com a informação que se publicava nos jornais sobre as organizações e suas ofertas de emprego, ou com as referências do seu círculo de amigos e conhecidos. Atualmente, porém, a Internet e as redes sociais permitiram que qualquer pessoa esteja familiarizada com a história, os serviços e últimos acontecimentos da empresa, antes mesmo de se candidatarem a uma vaga de emprego. É por isso que a imagem corporativa tem um grande impacto nas expectativas dos candidatos no processo de entrevistas.
2. Antecipe-se às expectativas do candidato sobre a organização… e sobre si
É mais provável que os candidatos façam perguntas sobre as suas possibilidades de progressão de carreira na empresa antes do próprio entrevistador. O seu interesse relaciona-se também com a cultura corporativa, as oportunidades de crescimento e formação que a empresa pode oferecer. José Miguel Rosenbusch afirma que os principais aspetos que os profissionais das gerações Y e Z mais valorizam são aqueles que se relacionam com o desenvolvimento e impacto da posição.
3. Atualmente, uma entrevista de êxito nunca é unidirecional
Quando um candidato destas novas gerações vai a uma entrevista de emprego, espera que o entrevistador conheça a sua experiência e formação profissional e que seja comunicativo e recetivo. Aliás, a realização por parte do candidato de perguntas relacionadas com o currículo do entrevistador é uma das maneiras que incentiva os profissionais destas novas gerações a abrirem-se e sentirem-se confortáveis durante a entrevista.
4. Mantenha um fair play desde o início
O entrevistador deve ter sempre o controlo do processo de seleção. Um controlo que, paradoxalmente, deve concentrar-se em criar e favorecer os momentos necessários para a comunicação e interação com os candidatos. Para consegui-lo, o tempo para perguntas e comunicação aberta deve fazer parte do planeamento de uma agenda detalhada com as diferentes fases da entrevista. Ao fornecer aos candidatos um resumo da posição e da empresa antes da entrevista e deixar claro que haverá oportunidade de fazer as perguntas consideradas necessárias, será estabelecido um bom fair play entre o candidato e o entrevistador desde o início.