O mercado de trabalho está mais dinâmico do que nunca. As empresas de hoje têm na sua força laboral diferentes gerações de colaboradores, com diversos níveis de maturidade profissional, mas principalmente diferentes expectativas em relação àquilo que consideram justo em termos de compensação e remuneração.
Os Millennials e a Geração Z ambicionam a oportunidade de beber de diferentes experiências laborais e adquirir diversas competências. Para estes, a possibilidade de passar por diferentes desafios constitui um benefício, ao permitir-lhes assimilar diferentes formas de trabalhar, conhecer diferentes estilos de gestão e liderança e explorar- em certos casos- diversos mercados.
Apesar de considerarem esta experiência diversificada enriquecedora, não são apenas estes os fatores que levam esta geração a não se prender a um emprego.
Na era da User Experience e da personalização dos serviços, os trabalhadores não esperam menos do que uma experiência organizacional também à medida da sua ambição e, quando as empresas não são capazes de corresponder, estes saltam para uma nova oportunidade de carreira.
Compensação: mais do que a remuneração
Como revela Cláudio Ribeiro, Benefits & HR Solutions Coordinator do MDS Group, “está em curso uma mudança de ciclo na força de trabalho, mais exigente, onde as expetativas sobre a forma como esse trabalho deve ser compensado segue uma trajetória de aceleração, com impacto nos modelos remuneratórios”.
Já Helena Pita Soares, Head of Health, Safety, Wellbeing and D&I no Montepio, refere que “as organizações não voltarão a ser as mesmas”. Para a responsável, com a introdução de novas formas de trabalho, a saúde e bem-estar “são cada vez mais valorizadas pelos colaboradores(as), nomeadamente como fator relevante de atração/ retenção de talento, o que constitui um dos grandes desafios para as organizações”.
Para as novas gerações de trabalhadores, a compensação e remuneração tem de ser também, impreterivelmente, extrassalarial. A preocupação com o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal está, cada vez mais, no topo das prioridades dos profissionais.
Tal como indica Carla Anselmo, Head of Compensation, Benefits and Labour Relations, no DIA Portugal Supermercados S.A, “hoje procura-se mais e melhor equilíbrio entre as responsabilidades profissionais e pessoais”. No caso do DIA, este investimento já está a ser realizado: “apostamos cada vez mais numa oferta que traga flexibilidade para as pessoas investirem em si próprias e na família, traduzida, entre outras iniciativas, pelo incremento de dias de férias, dias extra de descanso, trabalho híbrido”, revela.
Bem-estar e flexibilidade na mira das empresas
Também o Montepio reconhece a importância de investir em políticas de bem-estar para conseguir manter os seus colaboradores satisfeitos e com vontade de permanecer na instituição. “O Montepio pretende continuar a desenvolver estratégias e planos de wellbeing centrados em abordagens interdisciplinares, para fomentar a motivação e o envolvimento das equipas, potenciar a inovação e altos níveis de desempenho, reter talentos e reforçar o valor da Marca”, comenta Helena Pita Soares.
Para tal, o banco pretende continuar a promover a “diversidade e inclusão, estimulando o bem-estar físico, mental, social e financeiro, proporcionando uma melhoria contínua dos ambientes de trabalho, incentivando a adoção de estilos de vida mais saudáveis e a promoção da saúde, dedicando especial atenção à saúde mental e ao apoio psicossocial e privilegiando a conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional”.
A flexibilidade é apontada pela MDS Group, como uma das principais prioridades das empresas no campo da captação e retenção de talento. Para a empresa, tal como indica Cláudio Ribeiro, “é fundamental reforçar o employee experience e desenvolver políticas de compensação e remuneração totalmente personalizadas, mais abrangentes e flexíveis, que maximizem o rendimento (maior liquidez) e, simultaneamente, promovam o work-life balance nos colaboradores”. Assim, a MDS Group está empenhada em promover “um conjunto de serviços que, de forma integrada, acrescentam valor num novo mundo de oportunidades para as organizações”.
Nesta área, também o DIA tem uma estratégia em marcha. “Temos trabalhado muito o tema da aprendizagem através da Academia de Formação DIA”, explica Carla Anselmo. “Resume-se, no fundo, a escutar e entender as expetativas das nossas pessoas e pensar em soluções eficazes e equilibradas para estarmos cada vez mais próximos”.