Autora: Érica Pereira, Associate Director, Professionals, Randstad Portugal
Ese, de repente, um desconhecido lhe oferecer emprego…isso é, perfeitamente natural! Assistimos neste momento a uma procura quase sôfrega de talento num mercado de trabalho absolutamente comandado pelos candidatos. A disputa entre os empregadores em encontrar os melhores talentos já existe há algum tempo e, cada vez mais, caminhamos para uma escassez real de competências que todos procuram mas que poucos encontram. Aliás, diria que raros são aqueles que os conseguem atrair e consequentemente reter.
O esbatimento das fronteiras no mundo do trabalho tornaram as nossas empresas, do ponto de vista da atratividade salarial, suscetíveis de serem preteridas pelas organizações estrangeiras, algumas oferecendo um melhor conjunto de benefícios. A procura de profissionais qualificados irá intensificar-se, sendo que, encontrar estas pessoas e consequentemente convidá-las a mudar de projeto numa perspetiva de melhoria significativa das suas condições atuais é o principal desafio das empresas e das consultoras de recrutamento.
De acordo com o Randstad Workmonitor 2021, quando nos referimos à mobilidade da força de trabalho, 76% diz estar satisfeita com o seu atual empregador, mas 39% está aberta a novas oportunidades que melhor se alinhem aos seus objetivos pessoais e profissionais. Se por um lado as empresas procuram atrair, detêm também o enorme desafio de reter o talento até então adquirido. Aqui deparamo-nos com os profissionais entre os 25 e os 45 anos, que são quem se sente mais insatisfeito financeiramente e mais facilmente permeável a uma mudança. Tendo passado os últimos dois anos em trabalho remoto, alguns dos profissionais, dando maior ênfase à área da tecnologia, sentem-se já aculturados a esta nova forma de trabalhar, recusando-se a voltar para o escritório, optando por procurar outro projeto onde esta oportunidade, aliada a uma flexibilidade horária e pacote de benefícios mais atrativo, seja uma possibilidade.
Encontramos em Portugal uma força de trabalho qualificada e empregada, exigente do ponto de vista de regalias – que nem todas as empresas estão preparadas ou dispostas a acompanhar. À medida que a escassez de talento aumenta, estas deverão reformular o seu plano de atração, colocando as pessoas e as suas necessidades no centro da estratégia do negócio e priorizando genuinamente a diversidade, a equidade e a inclusão.
Artigo publicado na edição n.º 139 da RHmagazine, referente aos meses de março/abril de 2022.
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