A ebankIT foi a plataforma digital bancária portuguesa que mais se internacionalizou no último ano.
Falámos com Helena Castro, diretora de RH da empresa, que alerta para uma realidade que se começa a verificar em muitas software houses tradicionais: estão cada vez mais a evoluir para um conceito de software factory, limitando muitas vezes a possibilidade de valor acrescentado que pode ser trazida pelas diferentes visões e experiências dos seus colaboradores.
Em entrevista ao infoRH, a responsável fala-nos da a filosofia corporativa da ebankIT, que a posiciona como uma organização que possibilita que cada colaborador deixe a sua marca. Para Helena Castro, esta tem sido a principal garantia de sucesso da tecnológica, que estima ter fechado 2019 com vendas a rondar os 17 milhões de euros, uma previsão que significa um crescimento de 30% face a 2018.
A ideia é continuar a crescer. Em 2020 prevêem contratar mais profissionais. Com cerca de 70 colaboradores, procuram agora programadores de software e reforçar o departamento de vendas.
Com que práticas é que uma software house pode evitar tornar-se uma software factory? Na ebankIT, o que fazem nesse sentido?
As software houses têm a vantagem de ter nas suas equipas elementos formados, informados, atentos às novas tendências e orientados para a inovação. É importante tirar partido destas competências e destas motivações e poder colocar as mesmas ao serviço da empresa numa aposta progressiva de evolução quer do produto quer das metodologias e processos associados ao desenvolvimento do mesmo.
Na ebankIT procuramos promover uma política de “porta aberta” onde a contribuição para a melhoria contínua é acessível a todos os que dela fazem parte, procurando evitar desse modo processos, metodologias estanques, que devem ser respeitados e aceites, sem espaço de discussão mesmo que não sejam compreendidos
A ebankIT conta atualmente com cerca de 70 colaboradores. O mercado é extremamente competitivo. Como procuram atrair e reter o vosso talento?
Um dos grandes fatores de atração da ebankIT é a possibilidade de fazer parte e de marcar a diferença numa empresa em grande expansão internacional com um produto diferenciador num mercado competitivo e com uma grande margem de progressão como o Fintech.
Adicionalmente a empresa procura manter a sua essência, a orientação para o valor individual de cada um, permitindo desse modo apoiar o crescimento profissional e pessoal. Por exemplo, a ebankIT tem uma iniciativa de apoio ao desenvolvimento académico dos seus colaboradores, disponibilizando anualmente três bolsas de estudo para apoiar o pagamento das propinas.
A ebankIT não tem como princípio “esgotar” as competências e os conhecimentos dos nossos colaboradores.
Não procuramos pessoas para workforce de uma tarefa específica. Procuramos valor acrescentado e estamos dispostos a investir nos nossos colaboradores, com programas orientados ao “saber – saber” ou invés do “ saber-fazer”.
Existe alguma prática de RH na ebankIT que se destaque daquilo que é praticado nas demais empresas do país?
Existe um princípio subjacente a todas as práticas de RH que tentamos implementar na ebankIT que é o equilíbrio. Equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, equilíbrio com a sociedade, tentando retribuir aquilo que recebemos, equilíbrio entre o sedentarismo implícito à nossa função com o desporto e práticas de bem estar.
Qual é a vossa employee value proposition?
A ebankIT valoriza a contribuição de cada um. Para nós é parte decisiva na nossa estratégia de evolução e crescimento contar com o soma do DNA que cada um dos nossos colegas traz para a empresa (“Leave your DNA”). Valorizamos as “bagagens” académicas, profissionais, vivenciais”. Somos uma empresa relativamente recente mas orgulhosa dos nossos valores sociais.
Na vossa opinião enquanto empregadores, quais são os principais aspetos valorizados pelos colaboradores na hora de escolher onde trabalhar?
Uma das grandes vantagens da dinâmica do mercado das tecnologias de informação é que existem cada vez mais pessoas a apostar em critérios de escolha que vão para além do meramente material. O desafio tecnológico é cada vez o fator de motivação mais marcante principalmente para quem procura mudar de emprego.
Outro fator que vem ganhando destaque são os planos de benefícios não financeiro que apoiam essencialmente o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a vida familiar e o desenvolvimento pessoal e profissional de quem deles beneficia.
Uma forte cultura organizacional pode competir com benefícios como, por exemplo, um salário significativamente mais alto oferecido por outra empresa?
Uma das evoluções mais significativas no mercado de trabalho foi a introdução de conceitos como bem-estar, felicidade interna bruta ou salário emocional no rol das preocupações de quem coordena os recursos humanos de uma empresa.
Cada vez mais o factor emocional e o sentimento de pertença e de bem estar são fatores de retenção de talento para as empresas que o promovem.
Todos temos a consciência que passamos parte significativa do nosso dia a trabalhar e que parte da nossa vida adulta será dedicada ao desenvolvimento de uma actividade. Ter a possibilidade de o fazer num ambiente com o qual nos identificamos, integrados numa cultura que promove a comunicação, que flexibiliza o peso da rotina diária, que potencializa o nosso desenvolvimento é cada vez mais um factor significativo no processo de decisão, assumindo muitas vezes maior relevância que as motivações meramente financeiras.
Estão neste momento a contratar programadores de software e profissionais para o departamento de vendas. Que características e competências procuram nos profissionais?
A ebankIT procura essencialmente pessoas polivalentes, com espírito crítico e que consigam ter a capacidade de pensar sobre a função que executam e a forma como executam. Numa empresa como a ebankIT que se encontra numa fase de expansão internacional acelerada são estas características que nos vão ajudar a tornar-nos mais competitivos.
90% do tempo dedicado ao desenvolvimento operacional da função e 10% dedicado no processo de otimização da mesma.
Adicionalmente privilegiamos a experiência em projetos com elevada exposição internacional preferencialmente em culturas de SAAS (Software as a Service).
Quais são os grandes desafios da ebankIT ao nível de RH que se esperam em 2020?
Os grandes desafios da ebankIT para 2020 são apostar no crescimento orgânico da nossa empresa de modo a fazer face ao desafiante plano de expansão e crescimento internacional que temos previsto. Mantemos o foco na procura de profissionais resilientes, com elevado potencial de desenvolvimento, que queiram fazer parte ativa de um “todo” ambicioso, inovador, objetivo e exigente.
Adicionalmente queremos continuar a apostar no desenvolvimento das nossas equipas, estando sempre atentos às necessidades de cada um, procurando apostar em melhores infraestruturas, planos de desenvolvimento e benefícios mais adaptados, porque é juntos que somos e fazemos a ebankIT.