De acordo com o relatório da Odgers Berndtson, elaborado com a Harvard Business Review Analytic Services, 85% das organizações ao nível mundial não confiam nas suas lideranças para lidar com a disrupção.
A disrupção no mundo dos negócios é, nos dias que correm, uma das maiores preocupações para as empresas, com impacto na capacidade das organizações para sobreviver a uma época em constante mudança e aceleração. O “Índice de Confiança na Liderança” perguntou a 1890 executivos seniores à escala global se acreditam que as suas empresas estão preparadas para enfrentar os tempos disruptivos e se estão confiantes nos seus líderes. As conclusões apontam para uma crise de confiança nas lideranças, e que esta é transversal a todas as geografias e setores de atividade. Foram auscultados representantes de empresas norte americanas, da América Latina, África e Médio Oriente, Ásia e europeias com receitas que variam entre os 50 milhões e os 5 mil milhões de dólares, incluindo executivos portugueses de algumas das maiores empresas nacionais.
A maioria dos executivos seniores ouvidos no estudo, 85%, indicou a falta de confiança nos seus líderes para responderem com sucesso às causas da disrupção, nomeadamente, os avanços exponenciais de tecnologia, as alterações profundas das expectativas dos consumidores, a emergência de novos modelos de negócio ou a entrada de novos tipos de concorrentes. Apenas 15% dos inquiridos estão confiantes nas capacidades dos seus CEO’s para lidarem com a disrupção.
As razões indicadas para a falta de confiança nos líderes centram-se em dois pontos: a resistência à mudança, não reconhecendo o impacto da disrupção nos seus setores e modelos de negócio, e a falta de uma visão clara para as suas organizações sobre o futuro.
O estudo revela, ainda, que os inquiridos reconhecem a disrupção como um tema impactante e que é vital que seja bem gerida para se atingir o sucesso – opinião confirmada por 95% dos executivos seniores entrevistados –, e projetam os efeitos e o aumento da disrupção para os próximos 5 anos – 88% acreditam que a disrupção aumentará nos próximos 5 anos.
Já 85% dos participantes no estudo consideram que é o CEO quem tem o papel mais crítico na gestão da disrupção. É nesta posição que se concentra a responsabilidade e o poder de decisão para adaptar e preparar as organizações para as novas realidades.
Luís Sítima, Managing Partner do Grupo Odgers Berndtson, sublinha a importância do estudo para compreender o mundo dos negócios em tempos disruptivos: “Assistimos a uma crise transversal de confiança nas lideranças das organizações, numa altura em que o mundo dos negócios entrou numa rota de incertezas profundas à escala global com a crise da Covid-19”.