Miguel Noronha, vice-presidente executivo da Altitude Software para Portugal, PALOP, América do Norte e Reino Unido, partilha como a Altitude Software se está a adaptar à nova realidade potenciada pelo surto de Covid-19.
Qual foi a solução encontrada na empresa para continuarem a trabalhar?
Na Altitude, de forma a minimizar o impacto do Coronavirus – COVID-19 e proteger os nossos colaboradores e clientes, foi lançado no dia 6 de março o Plano de Contingência. Este plano contempla medidas específicas como uma solução de teletrabalho para todos os colaboradores, reduzindo as deslocações presenciais aos escritórios a casos estritamente imprescindíveis. O nosso cariz tecnológico permite que o teletrabalho seja a opção preferencial a implementarmos, visto que as nossas equipas estão equipadas e preparadas para assegurarem as suas funções diárias e responsabilidades a partir de qualquer dispositivo ou espaço de trabalho necessário.
Adicionalmente, as viagens de negócios foram canceladas, assim como todos os eventos externos e interno presenciais, incluindo formações. Neste âmbito, destaco o reagendamento dos Prémios FORTIUS 2020 para nova data a definir conforme a evolução do surto. Numa nota positiva, este adiamento levou a que fossem reabertas as candidaturas, pelo que todos os profissionais que o ambicionem poderão ainda participar.
Que impactos a baixa na produção ou produtividade pode ter na organização?
Na Altitude, temos uma política de teletrabalho implementada já há vários anos, pelo que não prevemos qualquer impacto ou quebra na produtividade dos nossos colaboradores. Existem, naturalmente, alguns desafios e necessidades de adaptação neste período que compreendemos, como é o caso de colaboradores com crianças em casa. Vivemos tempos excecionais e uma realidade que exige alguma flexibilidade de parte a parte.
A nível de projetos em curso, se por um lado existem clientes que adiaram processos, o que impacta de forma inevitável a produção de algumas equipas, por outro estamos a ajudar muitas empresas nesta fase a garantirem a operacionalidade dos seus colaboradores a partir de casa, o que se traduz num aumento de projetos nesta vertente, e todos eles urgentes. Em suma, acaba por existir um balanço entre o adiamento de projetos e o surgimento ou priorização de outros perante a conjuntura atual.
Como estão a procurar minimizar esse impacto?
Não obstante o facto de o teletrabalho não constituir uma novidade para a Altitude, o facto de termos as equipas integralmente em remote deu origem a algumas iniciativas que promovam a continuidade da nossa dinâmica interpessoal e espírito do dia a dia, ainda que remotamente. Falo de momentos como coffeebreaks por videoconferência, que permitem que nos mantenhamos sempre próximos, apesar da distância física.
Foram estabelecidas regras para o modo de funcionamento em teletrabalho?
Uma vez mais, dado que o teletrabalho não é uma dinâmica totalmente nova para nós, existem algumas regras implementadas, mas que são aplicadas de forma informal, à semelhança das que temos no escritório. Creio que o essencial neste momento é que exista confiança nos colaboradores e nas equipas. No caso da Altitude, a generalidade dos nossos colaboradores possui um sentido de responsabilidade, maturidade, preocupação com o cliente e com a empresa muito forte, pelo que regras rígidas não são desejáveis nem necessárias.
Quais são as condições que o empregador está a assegurar a quem está a exercer em teletrabalho?
Cada colaborador da Altitude tem um laptop e um telemóvel atribuídos pela empresa, com as devidas diretrizes ao nível da cibersegurança dos dispositivos asseguradas. Paralelamente, todas as nossas soluções estão alojadas na cloud e acessíveis a partir de qualquer local, o que permite que os nossos colaboradores mantenham a sua funcionalidade quase na plenitude a partir de casa.
Como se realizam as reuniões de equipa? Com que periodicidade? Através de que ferramentas? Qual é a dinâmica das reuniões?
Cada equipa tem um calendário e dinâmica específicos, e os colaboradores mantém-se em contacto constante ao longo do dia entre si, com recurso às ferramentas de colaboração de que dispomos. As reuniões agendadas continuam a verificar-se e com a mesma periodicidade, algumas mensais, outras semanais, e contactos de ponto de situação diários.
Os profissionais têm acesso, a partir de casa, a todos os documentos da empresa de que necessitam? Através de que ferramentas?
Sim. 100% da infraestrutura e das ferramentas da empresa estão, desde há muito, em cloud, pelo que isso não foi um tema.
Esta estrutura organizacional em teletrabalho já existia?
Já existia. Há vários anos que os colaboradores da Altitude que podem trabalhar remotamente, a partir de casa ou de outro local, quando necessitem. Temos frequentemente pessoas em escritórios de outros países ou em clientes fora do seu país de origem, pelo que a infraestrutura de teletrabalho existe e é uma realidade há muito. Colocarmos 100% da equipa a trabalhar a partir de casa foi uma decisão tomada a meio de um dia e à tarde já todos os colaboradores estavam em remote. Não houve qualquer impacto.
Como se mantém os colaboradores motivados à distância?
Na situação isso é chave não só do ponto de vista professional mas pessoal, garantir que todos nós nos mantemos com animo e motivados. Sem dúvida.
Ao nível da motivação, para além de ser mantido o workflow dito normal, estamos a promover diferentes iniciativas que nos permitam manter o espírito da convivência do escritório, agora virtual.
Estamos, como já tive oportunidade de exemplificar, a dinamizar atividades como coffeebreaks ou pequenos-almoços por videoconferência.
Como vice-presidente executivo, como está a encarar esta situação na sua empresa? Os colaboradores estão preocupados com o futuro?
A preocupação é natural e generalizada, em primeiro lugar com o bem-estar e a saúde de todos e dos seus familiares, depois com os clientes, a sua estabilidade, o seu suporte e também a sua saúde financeira, que está interligada à nossa. A nível de atividade, dado o momento sensível que atravessamos, nos projetos que surgem para soluções e consultoria nesta fase, como a colocação de pessoas em casa e a operacionalização de agentes remotos, estamos a fornecer serviços com uma preocupação redobrada a nível de custos – ou gratuitamente ou com uma margem mínima associada – de forma a que consigamos ser solidários e contribuir ao máximo nesta situação. Neste momento é acima de tudo prioritário que cuidemos do presente, para assegurarmos o futuro.