Autor: Alessandro Buonopane, Country Manager Brasil do Grupo GFT
Ao longo da nossa história, grandes acontecimentos externos auxiliaram transformações significativas no mundo corporativo. O ano de 2020 foi um catalisador das mudanças nos modelos de vida e trabalho no mundo. A pandemia obrigou as empresas a repensarem sua forma de atuar com os colaboradores e o mercado da noite para o dia. O trabalho, impedido de ocorrer no espaço das empresas, foi obrigado a procurar um novo endereço: mudou-se para a casa.
Como visitante não programado, chegou sem aviso ou organização prévia. A jornada de trabalho passou a fazer parte do nosso lar, com a nossa família, os nossos animais de estimação e os sons da nossa vizinhança. Trabalho profissional e de casa perderam os seus espaços claros de pertencimento e delimitação temporal, prolongando as jornadas laborais. Por outro lado, a flexibilidade da jornada foi vista como vantajosa para os trabalhadores que puderam dividir o seu tempo com exercício físico, idas às compras e ao médico, entre outras atividades, respeitando as determinações sanitárias.
Empresas e órgãos públicos observaram uma elevação da produtividade e uma diminuição dos custos de manutenção de suas instalações. Além disso, a possibilidade de contratar trabalhadores de qualquer lugar do mundo ganhou espaço nas empresas. Para funções em que atuar de forma 100% remota não é possível, os colaboradores passaram a projetar para o pós-pandemia um regime de trabalho híbrido, combinando características do trabalho presencial e do remoto.
Não há uma resposta unívoca quanto ao melhor modelo a ser adotado no pós-pandemia: remoto, presencial ou híbrido. As implicações nos negócios serão sentidas ao longo de 2022 e talvez até no próximo ano. A escassez de mão-de-obra qualificada tende a ser a causa mais provável para interromper os negócios nos próximos meses. Isto, porque, há algum tempo, vem ocorrendo uma forte mudança no mindset dos profissionais, agravada pelas incertezas provocadas pela COVID-19. O aumento dos casos de depressão e burnout, as preocupações com a segurança e um sentimento geral de que é hora de repensar o que realmente importa têm feito profissionais de todos os setores darem passos ousados em direção à mudança de carreira.
O desafio para os empregadores será ajustar as suas estratégias para fornecer o tipo de experiência de vida profissional saudável, sustentável e integrada que os trabalhadores desejam, ao mesmo tempo que estabelecem e mantêm as estruturas, processos e políticas necessárias para sustentar o crescimento. Criar conexões mais emocionais, de confiança e segurança psicológica será essencial para formar equipas de alta performance, tendo em vista que o que torna as pessoas felizes no trabalho é o que elas fazem, mas o que torna as pessoas infelizes é a situação em que o fazem.
O que torna as pessoas felizes no trabalho é o que elas fazem, mas o que torna as pessoas infelizes é a situação em que o fazem
Compreender o que torna os colaboradores satisfeitos ou não somente será possível num ambiente corporativo de escuta ativa, flexível e diversa, onde as pluralidades de seus talentos e a contribuição deles para o crescimento individual e em equipa sejam respeitadas e valorizadas. Nesse sentido, tem-se tornado cada vez mais relevante incentivar o reconhecimento just-in-time, o envolvimento fora do trabalho e a capacidade de se desconectar após o trabalho. Isso ajuda a aumentar o envolvimento dos colaboradores, fazendo com que cada colaborador se sinta mais do que a soma dos resultados de produtividade das organizações.
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