Autor: Pedro Borges Caroço, Associate Partner da Page Executive, Michael Page
Inesperadas mudanças a nível global, trazendo novos desafios, marcam o início de 2022. As disrupções que sentimos ao longo de 2021 ainda não terminaram, mas serviram para fazer um balanço do que alcançámos e aprendemos. As mudanças refletiram-se a vários níveis. Na nova forma de trabalhar, o que levou as empresas a adaptar rapidamente os seus processos, a gerir os seus colaboradores à distância com os desafios de manter intacta a cultura; nas diversidade e inclusão; na sustentabilidade e na inovação.
As empresas sabem que o crescimento sustentável implica uma arquitetura “à prova de futuro”, e a necessidade de que líderes destemidos e empáticos incorporem mudanças positivas e conduzam as suas equipas com propósito. Estes são motivados a reimaginar a aquisição e retenção de talento, concentrando-se em propostas de valor atrativas e investindo na requalificação dos seus profissionais. Além disso, o trabalho remoto transformou as regras do recrutamento. Hoje, as empresas competem por talento, não apenas a nível nacional, mas com o mercado global.
As empresas sabem que o crescimento sustentável implica uma arquitetura “à prova de futuro”
Neste contexto, devem reconsiderar as suas expectativas e refletir sobre programas de bem-estar dos colaboradores, reforço da diversidade e, principalmente, numa política de retribuição que não dependa apenas do salário. Quando abordam novas variáveis relacionadas com o trabalho híbrido, equipas remotas, liderança, saúde mental e bem-estar, devem ter como prioridade uma força de trabalho unida e inclusiva.
Independentemente de todas as políticas aplicadas e de toda a consequente transformação, encontramos igualmente um desafio habitual em momentos de crescimento. Permanecer dinâmico, competitivo e relevante num mercado “candidate-driven”, nomeadamente em áreas em que existe mais procura do que oferta de profissionais, é desafiante. Em algumas áreas de negócio assistimos a uma verdadeira “guerra” pela conquista do candidato mais adequado. Tecnologias de Informação, engenharia, finanças ou logística são algumas das áreas que mais sofrem este fenómeno.
É fundamental que as empresas tenham consciência que a transformação não é passageira e vai obrigar a uma constante adaptação aos desafios que vão surgindo. Quem diria que depois de dois anos expostos a uma pandemia com um fim à vista, teríamos agora um conflito desta magnitude dentro do nosso velho continente…
As organizações têm de manter o foco nas pessoas. Essa é a sua diferenciação. A combinação de negócio e humanidade cria uma poderosa vantagem competitiva e torna-se essencial no contexto atual do mundo BANI: frágil, ansioso, não linear e incompreensível.
Artigo publicado na edição n.º 139 da RHmagazine, referente aos meses de março/abril de 2022.
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