Autor: Joel Teixeira, Psicólogo da TEAM 24
Na viragem do ano, quando as doze badaladas chegam e o céu se ilumina, todos revemos o nosso último ano. Revemos os acontecimentos mundiais, pessoais, mas também o progresso e sucesso das nossas empresas. O que é que eu podia ter feito para melhorar o meu local de trabalho? Investir numa organização saudável e garantir a felicidade de todos os colaboradores?
Sim, as vantagens para a organização são claras, pois assegura os índices de motivação e produtividade que lhe vão permitir continuar a alcançar resultados e crescer no mercado de forma sustentada. A Organização Mundial de Saúde define um local de trabalho saudável como aquele em que todos os colaboradores de uma organização contribuem ativa e continuadamente para a melhoria de processos que promovam a saúde e o bem-estar nas empresas.
Ao pensar neste último ano e as mudanças que têm ocorrido nas últimas décadas no mundo do trabalho, através das novas configurações de organização do trabalho e as novas tecnologias, verificamos que foram alteradas substancialmente as tarefas dos colaboradores, assim como surgiram novas exigências no desenvolvimento da atividade laboral. As inovações tecnológicas não reduziram necessariamente o volume de trabalho, mas alteraram, significativamente, o tipo de trabalho desenvolvido. Assim, criar um local de trabalho saudável e feliz, torna-se um desafio emergente e de extrema importância, mais ainda quando as evidências mostram que a perda de produtividade devida ao absentismo e ao presentismo causados pelo stress e problemas de saúde psicológica pode custar às empresas portuguesas até 3,2 mil milhões por ano, uma vez que se estima que, em Portugal os trabalhadores faltem devido ao stress e a problemas de saúde psicológica até 6,2 dias por ano e o presentismo possa ir até 12,4 dias. Os custos das intervenções de promoção da saúde mental no trabalho, geralmente, são claramente ultrapassados pelos ganhos na redução do absentismo e melhoria da produtividade.
A perda de produtividade devida ao absentismo e ao presentismo causados pelo stress e problemas de saúde psicológica pode custar às empresas portuguesas até 3,2 mil milhões por ano
Promover a saúde psicológica dos colaboradores, constitui um bom investimento para as entidades empregadoras, mas também uma obrigação moral e um imperativo legal estabelecido na Diretiva 89/391/CEE que impõe medidas de melhoria de segurança e saúde no trabalho. No que diz respeito à gestão de riscos psicossociais, segundo o artigo 5.º da Diretiva-Quadro “o empregador tem o dever de garantir a segurança e saúde dos trabalhadores em todos os aspetos relacionados com o trabalho”.
O que são riscos psicossociais? Os riscos psicossociais estão relacionados com o trabalho e são definidos como todos os aspetos relativos ao desempenho do trabalho, assim como à organização e gestão e aos seus contextos sociais e ambientais, que têm o potencial de causar danos de tipo físico, social ou psicológico. A construção de um local de trabalho saudável implica, que o empregador deve impulsionar avaliações de riscos psicossociais, tendo em conta o uso de metodologias específicas, técnicas e instrumentos, como por exemplo o questionário COPSOQ que tem como principal objetivo tornar possível avaliar o constructo “fatores de risco psicossocial” na sua dimensão mais ampla e multidimensional.
A fim de promover um trabalho saudável, há que oferecer boas condições de trabalho e adaptá-las às necessidades de cada trabalhador, pois as exigências do trabalho associadas às condições individuais do trabalhador poderão repercutir-se negativamente sobre a sua empresa.
A avaliação de riscos psicossociais é uma responsabilidade das organizações, participe, informe e promova a saúde e o bem-estar social! Como desejo para este novo ano, faça da sua empresa, uma empresa saudável e feliz!
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