Patrícia Valente é diretora corporativa de recursos humanos do Grupo ANF desde a criação da respetiva direção, em janeiro do ano passado.
São mais de dois mil e do Grupo ANF os colaboradores podem esperar uma organização que partilha os seus resultados e linhas de orientação estratégica. A garantia é de Patrícia Valente, que ocupa, desde janeiro do ano passado, o cargo de diretora corporativa de recursos humanos do Grupo – função que, segundo a responsável, resume o seu percurso profissional na indústria farmacêutica, distribuição e tecnologia. Fascinada pelo setor da saúde, Patrícia Valente explica, em entrevista ao InfoRH, que a política de recursos humanos do Grupo ANF, composto por empresas como a Alliance Healthcare e a Glintt, que integrou como diretora de recursos humanos, em 2012 e 2016, respetivamente, e a Associação Nacional das Farmácias, se pauta por uma estratégia que assenta na contribuição para o prestígio e rentabilidade de todas as empresas e unidades de negócio do Grupo, através da captação, desenvolvimento e retenção dos profissionais com comportamentos e competências que garantam o alcance dos objetivos traçados.
É, atualmente, diretora corporativa de recursos humanos do Grupo ANF. Como é que surgiu o desafio que abraça desde janeiro do ano passado?
A forma como surgiu este desafio está muito relacionada com o percurso profissional que tive nos últimos anos. Entrei para o Grupo ANF em 2012, na função de diretora de recursos humanos da Alliance Healthcare, uma das empresas do universo empresarial do Grupo ANF, e que é líder na distribuição farmacêutica em Portugal. Foram quatro anos de trabalho muito gratificantes em termos de resultados, de cultura organizacional e de investimento nas pessoas. Em 2016, juntei-me à equipa da Glintt, uma empresa tecnológica também parte do universo empresarial do Grupo ANF e uma referência na oferta de soluções de IT na área da saúde. Como DRH, o principal desafio que encontrei na Glintt foi o da captação e da retenção de talento, nomeadamente talento jovem, que, como sabemos, procura carreira profissional e desenvolvimento pessoal. Quando, no final de 2017, o Grupo ANF cria a direção corporativa de recursos humanos não imagina o meu entusiasmo. Foi um reconhecimento do trabalho desenvolvido anteriormente e um importante passo na minha carreira profissional. No meu entender, o maior desafio desta função é construir uma agenda comum de recursos humanos, promovendo uma cultura de grupo e a execução de um programa para a eficiência ao nível dos recursos humanos.
Considera que é um passo natural depois de ter desempenhado funções na indústria farmacêutica?
A função de direção que assumi resume o percurso profissional que efetuei na indústria farmacêutica, na distribuição e na tecnologia. Neste momento, faço parte de uma organização, o Grupo ANF, que ambiciona fazer das farmácias a rede de cuidados de saúde mais valorizada pelas pessoas. Considero que, mais do que um passo natural, este é um passo consistente e de enorme satisfação pessoal e profissional.
Que funções lhe estão destinadas?
A principal missão de um DRH, a um nível corporativo, é assegurar que a gestão de pessoas e equipas, que constituem as várias empresas e unidades de negócio do grupo, traduz as estratégias de negócio definidas, garantindo, por um lado, o alinhamento de objetivos, horizontal e verticalmente, e, por outro, a competitividade dos nossos recursos humanos, através de boas práticas de atração, desenvolvimento e retenção do talento. Existem desafios acrescidos a esta função, como, por exemplo, a gestão da diversidade inerente a uma organização como o Grupo ANF.
E como é que descreve a experiência como diretora corporativa de recursos humanos de um grupo de empresas representativas de um setor?
Para mim o setor da saúde é fascinante. O universo empresarial do Grupo ANF foi construído a pensar nas farmácias com o intuito de as dotar dos melhores recursos para cumprirem o seu papel de proximidade às pessoas. O financiamento, a distribuição, a tecnologia, a investigação, a inteligência de mercado, entre outras, são áreas onde o Grupo atua e que, do ponto de vista dos RH, representam uma capacidade de gerir a diversidade a vários níveis, nomeadamente de competências, de gerações e de conhecimento.
Quantos profissionais integram o Grupo da ANF?
Atualmente, o Grupo ANF conta com mais de dois mil profissionais, em território nacional e internacional, de diferentes áreas de formação base e com experiências profissionais anteriores diversas. Valorizamos competências como trabalho em equipa, orientação para os objetivos, foco no cliente, melhoria contínua, iniciativa, gestão da mudança e, acima de tudo, o potencial de qualidade de cada profissional.
Que política de recursos humanos procurou desenvolver aquando da sua chegada e que política caracteriza, hoje, o Grupo ANF?
Temos uma estratégia clara que assenta na contribuição para o prestígio e rentabilidade de todas as empresas e unidades de negócio do Grupo ANF, através da capacidade para captarmos, desenvolvermos e retermos profissionais com comportamentos e competências que garantam o alcance dos objetivos traçados. Promovemos a formação e o desenvolvimento dos nossos colaboradores, investimos no desenvolvimento das suas competências, procuramos sistemas de reconhecimento que valorizem o trabalho extraordinário que é feito. Para nós tudo começa nas pessoas, estas são a nossa vantagem competitiva mais forte. Recentemente, temos investido mais significativamente na promoção de uma cultura de bem-estar, através da criação de espaços, serviços e comodidades que têm como objetivo uma maior harmonia entre a vida profissional e pessoal de cada colaborador. A prática de exercício físico, a alimentação saudável, sessões de meditação e mindfulness são alguns exemplos deste programa para “viver mais e melhor”. Acredito que é por estas razões que nos posicionamos como uma referência no mercado da saúde em termos de práticas de gestão de recursos humanos, motivo de orgulho por parte dos nossos stakeholders.
Que condições oferecem aos profissionais que integram o Grupo ANF?
Sobre o que podem esperar os profissionais que integram o Grupo ANF, posso avançar que somos uma organização que partilha com todos os seus profissionais os seus resultados e linhas de orientação estratégica. E com esta prática o Grupo obtém maior compromisso e responsabilidade por parte dos seus intervenientes. Temos mecanismos de autoavaliação de competências, através dos quais definimos planos de melhoria contínua e desenvolvimento individual. A gestão do desempenho baseada nos objetivos estratégicos, nos objetivos das equipas e nos objetivos individuais permite, desde logo, identificar necessidades de formação e desenvolvimento, desde as competências mais técnicas e de impacto mais operacional, a programas de especialização como MBA. Isto é algo muito valorizado, porque representa a capacidade do Grupo ANF capitalizar o esforço e mobilização de todas as pessoas na organização para o investimento em projetos que concorrem para o alcance dos seus objetivos estratégicos e que, simultaneamente, envolvem as pessoas na criação, no desenvolvimento e na utilização de competências novas e diferenciadoras. É também muito importante destacar a nossa capacidade para promover a mobilidade dentro do Grupo ANF, dando aos colaboradores a oportunidade de crescimento e desenvolvimento de competências complementares e adicionais do ponto de vista técnico e comportamental, beneficiando as várias equipas com a diversidade de perfis em termos de experiência e conhecimento.
Encontram-se, neste momento, a recrutar?
Temos sempre necessidade de atrair e captar novo talento. O Grupo ANF tem alguma rotação, o que permite a renovação de capital humano e nos leva a estar permanentemente com atenção ao mercado e em proximidade com as universidades e escolas profissionais. Valorizamos os candidatos que demonstram capacidade de mudar, inovar, adaptar-se e responder de forma positiva e profissional a novas situações. Num ambiente de rápida mudança, é extremamente importante demonstrar flexibilidade e habilidade para gerir as prioridades de acordo com as necessidades da atividade. Temos em consideração que o mesmo, num contexto de liderança, torna-se ainda mais importante, porque implica saber encorajar a criatividade e a inovação nos outros.