A pneumonia é não só a principal causa de internamento hospitalar em Portugal, como também uma das doenças mais mortíferas para os portugueses.
É uma infeção dos pequenos sacos de ar (alvéolos) do pulmão e dos tecidos circundantes. Os alvéolos e os bronquíolos respiratórios ficam preenchidos com líquido resultante da inflamação, não sendo capazes de realizar as trocas gasosas, provocando dificuldade respiratória.
A pneumonia pode ser causada por vários microrganismos diferentes, podendo estes ser bactérias, vírus, fungos ou parasitas. A doença desenvolve-se quando o sistema imunitário da pessoa está enfraquecido, quando uma grande quantidade de bactérias é inalada sobrecarregando as defesas normais ou quando ocorre a entrada para as vias respiratórias de um organismo particularmente infecioso.
O sistema imunitário está especialmente enfraquecido em crianças e idosos, mas também em pessoas que tomam certos medicamentos como corticoides, em pessoas com cancro submetidas a quimioterapia ou pessoas que têm o sistema imunitário desgastado por doenças graves. Os quadros clínicos que mais predispõem as pessoas à pneumonia incluem alcoolismo, tabagismo, diabetes, insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crónica, porque estes distúrbios podem enfraquecer os mecanismos de defesa dos pulmões. A poluição e os espaços fechados muito densamente habitados são também fatores de risco para a pneumonia.
As pneumonias podem ser adquiridas na comunidade ou no ambiente hospitalar. As adquiridas no hospital são particularmente graves porque nestes ambientes existe uma grande variedade de microrganismos, alguns dos quais muito resistentes aos antibióticos e porque a maioria dos doentes internados já têm outras doenças
associadas que diminuem a capacidade de defesa.
Quais são os sintomas?
O sintoma mais comum de pneumonia é a tosse com expetoração (muco espesso ou com coloração alterada). Outros sintomas comuns de pneumonia incluem dor no peito, calafrios, febre e falta de ar. No entanto, esses sintomas podem variar em função da extensão da doença e do microrganismo causador.
Os sintomas variam ainda mais em bebés e idosos. Nestes, pode não existir febre ou dor no peito e, algumas vezes, os únicos sintomas são a respiração rápida e ruidosa ou uma recusa súbita de comer. Noutros casos, em pessoas idosas, a confusão súbita pode ser o único sinal da doença.
As principais complicações da pneumonia incluem:
. Baixos níveis de oxigénio na corrente sanguínea;
. Pressão arterial baixa com risco à vida e abscesso pulmonar, que se forma quando uma pequena área do pulmão morre e se dá uma acumulação de pus no local;
. Empiema, uma acumulação de pus entre o pulmão e a parede torácica.
Como diagnosticar?
O diagnóstico de pneumonia é feito auscultando o tórax com um estetoscópio. A pneumonia geralmente produz sons característicos. Esses sons anormais são causados pelo estreitamento das vias aéreas ou preenchimento das partes normalmente cheias de ar dos pulmões por células e líquidos inflamatórios. O diagnóstico pode ser depois confirmado com uma radiografia torácica e análises sanguíneas. A sua gravidade depende do agente responsável, da idade e do estado de saúde do doente antes do aparecimento da doença e também da instituição da terapêutica adequada.
Prevenção
A maneira mais eficaz de prevenir a pneumonia é parar de fumar e vacinar-se. Exercícios de respiração profunda e terapia, para eliminar as secreções através da tosse, impedem a sua progressão. Uma nutrição adequada e a prática de exercício físico também estimulam as defesas naturais e ajudam a prevenir o desenvolvimento de pneumonia.
Vacinas que previnem infeção por organismos que causam pneumonia, como a vacina para a pneumonia ou a vacina para a gripe, são úteis na proteção das pessoas contra as formas mais agressivas da doença. Como tal devem ser administradas em doentes com maior risco de saúde, como os idosos com idade superior a 65 anos, que vivem em lares ou outras instituições, às pessoas com doenças crónicas, aos prestadores de cuidados de saúde e às grávidas.
Em 80% dos casos a pneumonia pode ser tratada em casa e não necessita de internamento. Este só está indicado quando o doente apresenta outros problemas de saúde, quando a evolução da pneumonia não decorre de modo favorável nas primeiras 72 horas ou quando ocorrem complicações clínicas. Os antibióticos só estão indicados nas pneumonias causadas por bactérias e tal só se consegue definir realizando análises de sangue e de expetoração.
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