Desde 2015, que Tiago Amieiro, diretor-geral da biofarmacêutica Amgen em Portugal, tem tentado seguir os bons exemplos de anteriores lideranças, assumindo como objetivo a condução da empresa ao primeiro lugar no setor farmacêutico nacional.
Em Portugal há 25 anos, a Amgen, biofarmacêutica pioneira em biotecnologia, recorre ao potencial da biologia, aplicando-a ao tratamento de doentes que sofrem de doenças graves. É nas mãos de Tiago Amieiro, o seu diretor-geral desde 2015, e de uma equipa que trabalha apaixonadamente, que se encontram os seus destinos, que, assume como objetivo, a irão conduzir ao primeiro lugar do setor farmacêutico nacional. Tiago Amieiro, que tem construído a sua carreira na indústria farmacêutica, chegou à Amgen em 2010. Inspirado nos bons exemplos de anteriores lideranças, procura promover o trabalho em equipa, a confiança e respeito mútuos.
O que são medicamentos biológicos?
Os medicamentos biológicos são produzidos a partir de células vivas, com recurso a métodos de biotecnologia. Este processo de produção difere substancialmente do utilizado na produção química dos fármacos convencionais. A Amgen é pioneira na utilização das técnicas de biotecnologia para a produção de medicamentos biológicos. A investigação e desenvolvimento (I&D) na AMGEN tem como objetivo melhorar e prolongar a vida dos doentes que sofrem de patologias graves. Para conseguir cumprir esta missão, construiu uma organização cientificamente diferenciada, onde trabalham cientistas de nível mundial e, em simultâneo, apostou no desenvolvimento da sua capacidade produtiva no mundo.
Que vantagens estão associadas a uma terapêutica que envolve medicamentos biológicos?
Os medicamentos biológicos estão desenhados para inativar alguns mecanismos específicos de certas doenças e, por esse motivo, são mais precisos e seletivos do que os medicamentos de síntese química, tornando-se desta forma mais eficientes na sua ação terapêutica. A Amgen contribui, através dos seus medicamentos biológicos e biossimilares, simultaneamente e de forma bastante eficiente e inovadora, para a sustentabilidade dos sistemas de saúde a longo prazo.
Em Portugal, em que estágio se encontra a utilização de medicamentos biológicos?
Os medicamentos biológicos têm sido desenvolvidos desde os anos 80, para tratar uma grande variedade de patologias, desde doenças autoimunes ao cancro, por exemplo. A Amgen foi pioneira no desenvolvimento e produção de medicamentos biológicos e na introdução desses medicamentos no mercado internacional e também em Portugal, contando atualmente com 13 medicamentos biológicos e dois biossimilares em comercialização. A utilização de medicamentos biológicos em Portugal tem vindo a aumentar ao longo do tempo, sendo que existem áreas terapêuticas em que essa utilização é mais difícil ao contrário de outras, como a oncologia.
Considera que o futuro trará algumas alterações no que diz respeito à utilização de terapêuticas biológicas, em Portugal?
O objetivo da AMGEN para o futuro, no que diz respeito à utilização de terapêuticas biológicas, é apresentar um vasto programa de desenvolvimento clínico, o qual conduza à descoberta de medicamentos novos, que possam ser financiados rapidamente em Portugal através do nosso SNS e desta forma servir os doentes, transformando a promessa da ciência e da biotecnologia em terapêuticas capazes de restabelecer a saúde e de salvar vidas de uma forma equitativa.
Que trabalho tem sido desenvolvido pela Amgen no que diz respeito à biotecnologia?
O trabalho feito pela companhia tem-se traduzido num investimento contínuo no alargamento do seu pipeline. O programa de desenvolvimento clínico é desenhado não apenas com o objetivo de obter aprovação regulamentar, mas essencialmente para assegurar que doentes, médicos e entidades pagadoras sintam confiança ao escolher os produtos da Amgen. A estratégia de investigação e desenvolvimento está de acordo com as prioridades de investimento em resposta às necessidades médicas do mundo atual. Existem ainda muitas doenças que não têm tratamento, ou onde o tratamento disponível atualmente não é o mais eficaz ou seguro, como o caso das doenças órfãs e das doenças de foro oncológico. O investimento financeiro é muito elevado e igualmente de elevado risco, mas a Amgen tem como missão as vidas dos doentes, por isso não esquece as áreas terapêuticas de maior necessidade. Em Portugal, também a companhia pretende disponibilizar os seus medicamentos em alinhamento com as prioridades definidas pelo Ministério da Saúde em alinhamento com a informação disponível sobre a carga e o custo das doenças.
A Amgen comemorou, em 2018, 25 anos de existência em Portugal. Que caminho tem percorrido tendo em vista a sua missão de servir os doentes?
Para cumprir a missão de servir os doentes, a Amgen assegurou, durante estes últimos 25 anos, que todos os medicamentos cumprem padrões de elevada qualidade de fabrico e que chegam aos doentes de forma atempada, sem ruturas de fornecimento, em todo o mundo. Investimos continuamente nos processos de fabrico e em investigação e desenvolvimento para consolidar a nossa liderança e know-how em biotecnologia.
Procuro, essencialmente, promover o trabalho em equipa, a confiança e respeito mútuos, delegando e promovendo o assumir de responsabilidades sempre com base em fortes princípios éticos.
Há três anos na direção-geral da Amgen Portugal, que metas se propôs atingir quando assumiu o cargo?
Quando entrei para a Amgen Portugal, o principal desafio foi promover a inovação no coração de tudo o que fazemos e de todos os colaboradores. Impulsionar a Amgen para o primeiro lugar no setor farmacêutico nacional, entre as companhias dedicadas à comercialização de medicamentos obtidos por biotecnologia, tem sido um objetivo constante ao longo de todo este trajeto. Ao longo destes anos, a Amgen tem criado parcerias muito fortes com os profissionais de saúde, com as sociedades científicas e os seus grupos de trabalho. Temos contribuído para a formação de médicos, farmacêuticos e enfermeiros através de programas educativos com acreditação pelas sociedades e ordens profissionais. Tendo como principal pilar a inovação, a Amgen tem apoiado não só os nossos investigadores nacionais em ensaios clínicos internacionais multicêntricos, mas também dando apoio à investigação científica em projetos da sua iniciativa. A Amgen apoia a Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) e a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL). Em 2019, a Amgen quer alargar ainda mais o seu plano de apoio à investigação, apostando na área da osteoporose e lançando também uma Bolsa de Investigação neste âmbito.
E têm conseguido alcançar as metas a que têm proposto?
As metas, de um modo global, têm sido alcançadas não apenas por mim, mas por toda a companhia que está numa fase de ascensão e que se encontra a celebrar os seus 25 anos de existência. No passado ano, lançámos em Portugal o primeiro biossimilar do Adalimumab aprovado na Europa e também um biossimilar de Trastuzumab. Estamos em período de lançamento de novos medicamentos biológicos em Portugal, para a leucemia linfocítica aguda, a osteoporose e a hipercolesterolemia. Para além disso, lançámos também um novo medicamento de síntese para o Mieloma Múltiplo. Até 2020 teremos dez biossimilares no mercado nacional em áreas terapêuticas diversas, de elevada carga de doença e de elevados encargos para o Serviço Nacional de Saúde.
Como é que descreve a liderança que preconiza?
No meu papel enquanto diretor-geral da AMGEN Portugal, tenho tentado seguir os bons exemplos de anteriores lideranças e algumas que já estão na história da companhia, que começou nos anos 70 quando um economista visionário chamado Bill Bowes, que após 25 anos de experiência na bolsa em S. Francisco, teve a ideia de se aventurar por conta própria em Silicone Valley. Bill apercebeu-se logo desde cedo que a biotecnologia seria o futuro e criou com alguns amigos de confiança a Applied Molecular Genetics – AMGEN, em 1980, em Thousand Oaks, Califórnia, e George Rathmann foi o primeiro CEO, um presidente com background científico, visão empresarial e elevado carisma. A história da Amgen tornou-se um case study que ainda hoje é analisado nas aulas de gestão de empresas em todo o mundo. A minha preocupação constante prende-se, por um lado, com cumprir a nossa missão em servir os doentes e, por outro lado, garantir a satisfação, motivação e felicidade dos nossos recursos humanos que trabalham diariamente com muita paixão para dar resposta aos desafios que lhes são lançados. Queremos transformar a promessa da ciência e da biotecnologia em terapêuticas capazes de restabelecer a saúde e de salvar vidas. Para fazer face a estes objetivos, procuro, essencialmente, promover o trabalho em equipa, a confiança e respeito mútuos, ao mesmo tempo delegando e promovendo o assumir de responsabilidades sempre com base em fortes princípios éticos.
Que importância assume o capital humano numa organização como a Amgen?
Em Portugal, a Amgen conta com a colaboração de cerca de 30 pessoas. O capital humano assume, sem dúvida, um papel fundamental, porque trabalhamos apaixonadamente em equipa e desenvolvemos a dinâmica indispensável à criação de valor acrescentado para os doentes. Fazemos com que os nossos colaboradores vivam de forma intensa os nossos valores que representam as bases da nossa cultura enquanto empresa. As nossas equipas têm uma atitude de respeito e confiança perante a companhia e, neste sentido, a integridade torna-se o valor chave da Amgen, em Portugal, mas também em qualquer outra parte do mundo, juntamente com uma postura ética em todas as áreas de atividade em que atuamos.
No site da empresa, lê-se que “a sua estrutura proporciona oportunidades para que os colaboradores da Amgen tenham um impacto na direção da organização”. Que oportunidades são essas e como é que se materializam?
Na Amgen temos uma política ativa de desenvolvimento dos nossos recursos humanos, recorrendo com frequência à formação interna e externa, para o desenvolvimento e atualização profissional dos nossos colaboradores. Os planos de formação são integrados no plano de desenvolvimento individual do colaborador, contribuindo para o alargar de perspetivas e abrindo novas possibilidades na sua carreira. Desta forma acreditamos que todos os nossos colaboradores têm uma forma de poder crescer dentro da companhia e de vir a desempenhar um papel relevante.
A minha preocupação constante prende-se, por um lado, com cumprir a nossa missão em servir os doentes e, por outro lado, garantir a satisfação, motivação e felicidade dos nossos recursos humanos.
Quais são os objetivos que a organização apresenta para o futuro?
Desde que a Amgen começou o seu trajeto em Portugal, há 25 anos, que tem tido um percurso muito interessante, porque iniciámos a nossa atividade na terapêutica de suporte aos doentes oncológicos, através da quimioterapia, e aos doentes com insuficiência renal, através da hemodiálise. No entanto, nos últimos anos evoluímos para terapêuticas de tratamento/curativa na oncologia, com medicamentos para o carcinoma coloretal metastizado e na área das metástases ósseas. Continuando a inovar em oncologia, através da tecnologia BiTe e de vírus geneticamente modificados, atuamos atualmente numa área ainda mais inovadora e promissora para o tratamento dos doentes, ou seja a imuno-oncologia. O desenvolvimento em todos os setores da tecnologia tem sido muito rápido, mas o ritmo da biotecnologia tem sido alucinante. A Amgen tem acompanhado os mais recentes avanços científicos e continuará sempre no mesmo ritmo futuro. Avizinham-se para os próximos anos grandes avanços no nosso pipeline, para que os doentes continuem a ter oportunidade de tratamento e tenham uma vida mais longa, com menos doença e, portanto, mais feliz e realizada.