Os negócios mais pequenos foram os que sentiram um maior impacto económico graças à pandemia. De acordo com o Público, as expectativas das empresas para 2021 não são positivas.
Os resultados do barómetro às empresas, promovido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e pelo ISCTE, mostram que nas micro, pequenas e médias empresas a perspetiva de curto prazo é muito negativa. De salientar que estas empresas representam 99,7% do tecido empresarial português.
Segundo o Presidente da CIP, António Saraiva, citado pelo Público, os empresários notam-se cansados de esperar pela concretização das medidas de apoio à economia. Também por este motivo, a avaliação dos empresários mantém-se negativa relativamente às medidas de apoio e ao futuro. De acordo com o Público, quatro em cada cinco inquiridos continua a achar que o apoio público não é suficiente, tendo em conta o que é necessário. A resposta tardia por parte do Governo contribui também para o pessimismo dos empresários. O Presidente da CIP adianta que as medidas deveriam ser rápidas, mas que não é isso que tem acontecido. «Têm sido lançadas tardiamente, nem sempre são de fácil acesso e a complexidade e o atraso das mesmas têm matado as empresas e ameaçam seriamente a manutenção de postos de trabalho», comenta António Saraiva, citado pelo Público.
Os dados do barómetro mostram expectativas diferentes para empresas de dimensões diferentes relativamente aos próximos quatro meses. Algumas grandes empresas perspetivam um aumento de vendas este mês e no primeiro trimestre de 2021, mas, em geral, a expectativa é pessimista. No que ao investimento diz respeito, as expectativas são negativas, independentemente da dimensão da empresa: 39% dos inquiridos afirmam que irão cortar no investimento no próximo ano. Apenas 19% acredita que vai ser possível investir mais, e 42% acredita que, a nível de investimento, se irão manter na mesma linha.
No que à faturação diz respeito, as empresas mantêm opiniões diferentes: 40% das grandes empresas inquiridas acreditam que o volume de negócios vai melhorar no primeiro trimestre de 2021, relativamente a 2020, e as micro, pequenas e médias empresas perspetivam um cenário mais negativo. De acordo com António Saraiva, citado pelo Público, isto advém também do medo por parte dos consumidores e do cansaço dos empresários, o que vem dificultar a retoma. O Presidente da CIP acredita que alguns postos de trabalho poderiam ter sido salvos caso o Governo tivesse tomado medidas de forma mais rápida e eficiente.
Para as empresas inquiridas, o volume de negócios baixou 55% em novembro, sendo que o impacto foi menor nas grandes empresas. Apenas 12% das empresas inquiridas – e principalmente as grandes empresas – avançam que irão contratar no próximo trimestre.
Este inquérito foi respondido entre os dias 4 e 10 de dezembro, por 150 mil empresas da CIP, que representam um terço das 468 595 empresas que havia em Portugal no fim de 2019. As 431 respostas resultam de uma amostragem não probabilística.
[Fonte: Público]
ASSINE AQUI A NOSSA NEWSLETTER SEMANAL E RECEBA OS MELHORES ARTIGOS DA SEMANA!