Conselhos de Administração e CEOs devem dividir responsabilidades, partilhar objetivos e definir prioridades corporativas, avança o relatório Executive Monitor, divulgado pela Boyden Global Executive Search.
As pressões a que, hoje, os Conselhos de Administração estão expostos constituem um problema para o sucesso das organizações, revela o relatório Executive Monitor, divulgado pela Boyden Global Executive Search. O desempenho e o sucesso a longo prazo de uma empresa exigem a consolidação de um Conselho de Administração “forte”. “Uma direção efetiva contribui para responder a questões de definição de estratégia, supervisão de desempenho, conformidade legal e padrões éticos e permite que as empresas beneficiem de um desempenho financeiro mais sólido, da facilidade na atração e retenção de talento e, potencialmente, de uma estratégia mais segura para alcançar a liderança no seu setor”, lê-se no comunicado.
De acordo com o relatório realizado pela Boyden Global Executive Search, “entre crises e escândalos de elevado perfil mediático, imposições regulatórias, exigências de investidores e ativistas e o constante escrutínio da comunicação social, o objetivo de montar uma direção forte talvez nunca tenha sido mais ilusório”. As “pressões elevadas” que o board enfrenta, de acordo com a consultora, complicam o seu papel e dificultam o caminho a percorrer.
O relacionamento entre o board e o CEO é “determinante em contexto corporativo”. “Para forjar um relacionamento bem-sucedido, tanto a direção como o CEO devem possuir uma compreensão clara do papel, requisitos e limitações de cada parte”, lê-se no comunicado. De acordo com a consultora, o Conselho de Administração é responsável por “determinar a visão estratégica” e o CEO é “encarregado de executar essa visão, numa atuação de caráter complementar”.
Para uma bem-sucedida divisão de responsabilidades, CEO e Conselho de Administração devem partilhar objetivos, acordar prioridades corporativas e primar por uma comunicação “franca e construtiva, marcada pelo respeito mútuo”. Segundo a Boyden, “as duas partes devem concordar acerca das suas prioridades e do cronograma pensado para as mesmas, deixando que o board cumpra o elemento estratégico e o CEO execute a componente de gestão”.
Os responsáveis dos Conselhos de Administração “devem trazer consigo uma gama de competências, experiência e ideias que estimulem a discussão, dissensão e oposição”, porque “ao expressarem opiniões e potenciarem o diálogo, torna-se mais fácil examinar desafios e ideias”. “Ao funcionar como um órgão de direção dinâmico e ativo, os boards acabarão por chegar a soluções mais promissoras, inovadoras e compatíveis com a realidade da sua organização”, informa a Boyden.
“À medida que os membros do Conselho de Administração ficam mais expostos ao escrutínio, o desafio de ocupar esta tipologia de cargos aumenta. As pessoas podem sentir-se relutantes com o nível de responsabilidade exigido e mostrar-se cada vez mais indecisas em aceitar este tipo de papel”, afirma Fernando Neves de Almeida, managing partner da Boyden Global Executive Search Portugal, em comunicado. “As tendências de globalização e digitalização estão a transformar radicalmente a forma como os boards contribuem para as suas organizações e a sua relação com o contexto exterior à mesma, uma vez que implicam uma verdadeira supervisão por parte das direções”, acrescenta.