Isabel Cudell
Founder & Managing Partner da MOVING ON – PROFESSIONAL MOBILITY
Perante a inevitabilidade do crescimento exponencial da tecnologia e da 4.ª revolução industrial, a da digitalização, importa refletir sobre o papel das equipas de mobilidade e de atração e retenção de talento internacional na área de RH. Com a digitalização do mundo, tudo mudou. Tudo. As empresas já não incorporam tecnologia, as empresas querem-se tecnológicas, pelo menos para os seus clientes internos – isto é, os seus colaboradores. Torna-se necessário implementar as soluções que permitam satisfazer estas quatro exigências – ou tendências – na adaptação das práticas de gestão de uma força laboral global:
#1 Uma nova força de trabalho: as organizações confiam em redes globais digitais, conectadas entre si para juntas serem mais fortes. A Geração C – da colaboração, da cultura e do consumo, valoriza este empowerment na hora de escolher o empregador. Valorizam a experiência, que é desenhada pela forma como interagem com esta rede global
#2 Um novo mercado: o recrutamento é agora global, social e em rede. O workplace é o mundo, e os empregadores recrutam no mundo. A aquisição de talentos requer às empresas um esforço adicional de employer branding, adicionando valor nesta autopromoção para ganharem a corrida. Este novo mercado é ainda caracterizado pela prevalência de contratos de curta duração ou trabalho freelance, por oposição aos tradicionais empregos permanentes. É a chamada gig economy, que se estima que representará mais de 40% da força de trabalho dentro de cinco anos -reiterando que o poder do acolhimento no destino ganhou outra dimensão.
#3 O lado humano da mobilidade: no novo mundo hiperconectado, espera-se mais do que o apoio logístico: porque uma viagem de negócios ou o destacamento para implementação de projetos são também experiências pessoais, onde o poder do acolhimento se tornou num importante
fator diferenciador entre empresas.
#4 Mobility Analytics & the Value of Data: a crescente mobilidade profissional traz novas obrigações – migratórias, fiscais e de Segurança Social. Incorporando a tecnologia, é possível ter traceabilidade em tempo real de onde, como e quando iniciam ou caducam as obrigações da sua força laboral a viajar pelo mundo, gerir prazos que advêm destas obrigações e reportar ao negócio. Uma análise precisa da informação permite ainda uma melhor identificação de países com maior retorno e potencial, apurar a exatidão dos planos e orçamentar projetos. Os responsáveis da mobilidade global têm uma oportunidade única de brilhar ao fornecer informações sobre cada destacamento, que afeta o projeto e impacta o negócio.
Os programas de mobilidade devem ser adaptados ao propósito da organização, integrando as expectativas, os direitos e as obrigações de parte a parte. Os colaboradores querem maior flexibilidade, a empresa tem a responsabilidade de assegurar compliance, nas áreas de imigração, fiscalidade e cobertura de Segurança Social, mas também a sua saúde, bem-estar e segurança em toda a linha – incluindo nas viagens de trabalho.
A corrida ao talento – identificar, atrair e reter – está há muito na agenda do dia. A diferença agora é a forma como cada um recebe e acolhe aqueles que atraiu para junto de si, como os consegue abraçar e que experiências lhe consegue proporcionar. Passamos de expressões como SaS – “Software as a Service” para WaS – “Welcome as a Service”.
Nesta era, o desafio já não é acompanhar a mudança, mas antes a aceleração desta mudança. A tecnologia capacita as empresas e os seus colaboradores globais com acesso em tempo real a toda a informação de que precisam, a qualquer hora e em qualquer lugar – chamemos-lhe o ecossistema que está a transformar a Mobilidade Global.
Artigo publicado na edição 121 da RHmagazine.
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