Matilde Moreira
Manager da Hays Portugal
Um side hustle, ou um projeto paralelo, é uma das principais tendências globais dos profissionais qualificados. Mas qual é o real conceito de side hustle? É um projeto paralelo ao trabalho diário de uma pessoa, em que trabalha para conta própria, ou seja, não existe um segundo empregador. Por isso mesmo, não é considerado um part-time.
Este género de projetos pode oferecer tanto poder económico como uma enorme liberdade criativa. Como tal, muitas vezes este tipo de projetos nascem de um interesse pessoal. Um side huslte é um pouco diferente de um segundo emprego, pois um segundo trabalho é considerado mais como uma necessidade, enquanto um side hustle pode certamente trazer rendimentos adicionais, mas é mais considerado como uma ambição por um projeto pessoal, um pouco mais ambicioso, que expressa um certo tipo de espírito empreendedor. O profissional tem o total controlo sobre a orientação e objetivos.
No entanto, esta tendência de que muitos colaboradores estão cada vez mais interessados nestes projetos paralelos pode, a princípio, causar algum tipo de preocupação e apreensão aos empregadores. Algumas das noções passam talvez por considerar que os profissionais não conseguirão equilibrar o trabalho e o projeto, que acabem por trabalhar nesse projeto no horário de trabalho, ou até que acabem por se demitir da empresa se o projeto estiver a corresponder às expectativas. Todas estas preocupações são compreensíveis.
Mas será que os empregadores deverão ter receio de que os profissionais abracem estes projetos? A resposta é definitivamente que, não. Isto porque este tipo de interesses poderá ser benéfico tanto para a empresa, como para as equipas. Eis alguns argumentos que exemplificam os beneficio dos colaboradores terem um projeto paralelo:
Primeiro, os profissionais irão diversificar e desenvolver as suas aptidões. Tanto a empresa como as equipas podem beneficiar deste novo conhecimento e inovação.
Depois, terão certamente mais responsabilidades, e por isso, terão que sair da zona de conforto para poder investir e lançarem este projeto.
Apoiando, o argumento anterior, o profissional terá que assumir riscos e resolver problemas de forma independente, de forma a ajudar a impulsionar o pensamento criativo e a inovação no seu próprio negócio.
Para além disso, com o projeto terão um maior entendimento de quem são, o que leva ao auto-conhecimento.
Assim, irão adquirir experiências em novos ambientes, em novas indústrias e descobrir novas formas e métodos de trabalho, o que significa que eles estarão muito mais propensos a implementar esse nível de abertura de espírito no trabalho.
E por último, a felicidade do seu colaborador poderá ser maior, pois está a investir num projeto onde tem total interesse e motivação.
Neste sentido, será importante as empresas prepararem-se para esta mudança. A forma de trabalhar encontra-se em rápida e constante evolução, e certamente esta tendência global começará a ter impacto a nível nacional.
Ver também: Side hustle: a nova tendência dos profissionais