Autora: Daniela Costa, diretora de gestão e desenvolvimento da Eurotux
Analisar o que foi o último ano no que respeita aos recursos humanos nas empresas é mergulhar nas profundas alterações que a pandemia Covid-19 impôs a empresas e colaboradores.
No meio de todas as consequências negativas que este “novo normal” nos trouxe, surgiram também várias práticas de trabalho que contribuem positivamente para o bem-estar e saúde de todos.
As empresas viram-se obrigadas a adaptar-se para terem as suas equipas a trabalhar remotamente, criando processos e metodologias que permitem uma maior autonomia na execução das tarefas, mas também exigem maior responsabilidade individual. Adicionalmente, houve uma mudança de paradigma na relação das empresas com os seus clientes. Em Portugal ainda existia muito a necessidade de proximidade na prestação de serviços. Com instalações em Braga há mais de 20 anos, a Eurotux desde sempre prestou os seus serviços remotamente e muitos foram os desafios que enfrentou.
Empresas nas condições geográficas da Eurotux debatiam-se com a dificuldade de fazer com que o mercado aceitasse esta forma de prestar serviços, dada a necessidade de reuniões presenciais e de, perante um problema, o fornecedor conseguir estar em poucos minutos no cliente para o ajudar. Para se adaptar, a Eurotux adotou a estratégia de investir numa frota alargada de veículos e de ter equipas permanentemente na rua, de forma a encurtar as distâncias.
Com a nova realidade imposta pela pandemia, o fator geográfico deixou de ser determinante na escolha de um fornecedor de TI. Mais importante do que estar no edifício ao lado, é fundamental garantir o nível de serviço, com a qualidade exigida, independentemente da localização física da equipa. As reuniões tornam-se muito mais produtivas quando realizadas remotamente: em poucos minutos várias pessoas «encontram-se numa sala» e discutem os assuntos em agenda, com muito menos interrupções e conversas paralelas.
Por outro lado, há a qualidade de vida dos colaboradores. Quantas horas de carro ou de avião se poupam e quanto desse tempo se pode aproveitar com a família, amigos ou passatempos? Uma vida mais saudável e com menos stress permite também realizar o trabalho com maior foco e produtividade.
Olhando para o futuro e aprendendo as lições que a pandemia ensinou ao mercado e especificamente ao setor das empresas de Tecnologias de Informação e Comunicação, esperamos a aplicação de um modelo misto – a possibilidade de coexistir trabalho presencial e remoto. As relações humanas no mundo profissional são importantes e, por isso, acreditamos que o modelo misto é o mais saudável e equilibrado para todas as partes.
No início do ano de 2020, a maior preocupação das empresas foi a de proteger e tranquilizar os colaboradores. Mas o que era um movimento reativo de resposta às implicações de uma pandemia longa e dura acabou por se tornar numa nova forma de olhar para a gestão dos recursos humanos. Esta nova abordagem de valorização pessoal e de ajuste a um trabalho remoto dentro da empresa e na prestação de serviços de TIC aos clientes traduziu-se em alguns casos na reconfiguração do próprio ADN das organizações, com as implicações que essa transformação tem, não apenas nos modelos de negócio, mas também na gestão de recursos humanos, das expectativas dos colaboradores e na forma como eles sentem a empresa e como a empresa neles confia.
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