Este ano a International Coach Federation (ICF) debateu, na sua conferência anual, promovida pelo Chapter Portugal, a preparação do futuro e juntou coaches, empresários, professores universitários e líderes de equipas de gestão.
A conferência anual da International Coach Federation (ICF), promovida pelo Chapter Portugal, decorreu no passado dia 24 de outubro, na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, e contou com a presença de coaches, empresários, professores universitários e líderes de equipas de gestão, que refletiram sobre o contributo do coaching no sucesso das pessoas, empresas e sociedade.
Aida Chamiça, presidente da direção da ICF Portugal, disse, sobre a conferência, que teve “como motivação preparar o futuro, que está num movimento rápido, quando se fala de Indústria 4.0, robótica e avanços tecnológicos que são impossíveis de prever” – temas que serviram para estruturar a conferência deste ano em quatro momentos.
Indústria 4.0, 5.0, 6.0
A debater a Indústria 4.0, 5.0, 6.0, estiveram Luís Pedro Duarte, vice-presidente da Accenture, Miguel Moreira da Nova SBE, Miguel Pina Martins, CEO da Science4you, Pedro do Carmo Costa, fundador da Intersection Ventures, e Ricardo Vargas, CEO e fundador da Consulting House. Os profissionais consideraram que o futuro deve ser preparado com empreendedorismo, criatividade e liderança – características que vão permitir às pessoas evoluírem. Também a educação, na perspetiva dos intervenientes, assume grande importância na mudança do país e no paradigma de empreendedorismo, assumindo o coaching um papel fundamental.
Segundo Miguel Pina Martins, CEO da Science4you, “o povo português tem de perceber que é preciso arriscar”. “O medo da falha não nos pode impedir de avançar”, sublinhou. Luís Pedro Duarte, vice-presidente da Accenture, destacou a importância do coaching, desde cedo, na escola e na universidade. “É preciso preparar as pessoas ao nível emocional para os desafios que se enfrentam nas organizações. O coaching deve existir como ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoais”, afirmou.
Impactos na sociedade
Anne Dominguez, master certified coach, João Wengorovius Meneses, da Porto Business School, José Manuel Costa, presidente da GCI, e Pedro Janela, CEO do Wygroup, consideraram que as rápidas mudanças vividas na sociedade desafiam as pessoas a reinventar-se. Para os profissionais, o coaching ajuda-as a libertarem-se do passado, tornando-as disponíveis a construir soluções para enfrentar os novos desafios, e é importante para acabar com velhos hábitos.
Competências dos líderes
Sobre as competências dos líderes, Jorge Araújo, fundador e presidente da Team Work, Paula Carneiro, diretora de recursos humanos do grupo EDP, Rui Nascimento Alves, diretor de recursos humanos da Johnson & Johnson, e Tiago Forjaz, fundador da MighT, consideram que a liderança no século XXI requer força, coragem, paciência e muita agilidade. Para os profissionais, que também lideram, os líderes têm de conviver com grandes desafios do ponto de vista da construção de valor e entrega de resultados e, em simultâneo, com as necessidades humanas.
“Temos de devolver um papel mais humano às lideranças e perceber que tipo de pessoas temos e quais são as suas ambições”, alertou Paula Carneiro, diretora de recursos humanos do grupo EDP.
Para o painel, ser líder é ter coragem para enfrentar novas gerações e transformações e a humildade de perceber que o mundo muda todos os dias. Os profissionais defenderam uma liderança mais assente na influência e na inspiração, do que na imposição e hierarquia.
Preparar os coaches do futuro
Ana Pinto Coelho, CEO da InsightOut, Eduardo Pinto Leite, da Erickson International Coaching, Elsa Carvalho, diretora de recursos humanos da REN, e Paulo Martins, coordenador da Escola de Coaching Executivo da Cegoc, consideraram fundamental a existência de uma formação inicial e contínua, que contribua para a qualidade do coaching como atividade profissional.
Segundo Elsa Carvalho, diretora de recursos humanos da REN, “é preciso tempo para gerar valor, independentemente dos resultados imediatos, e investir nos resultados a médio e a longo prazo de forma a proporcionar criatidade e valor”. “O coaching deve intervir nessa criação de valor”, referiu.