Os últimos três meses do ano contrariaram a tendência de recuperação do emprego que se registou no começo de 2021, com a taxa de desemprego a registar a maior subida desde meados de 2020, segundo os dados publicados pelo INE.
Apesar de, até agora, a palavra recessão ainda não poder aplicada, o abrandamento da atividade económica está a fazer-se sentir, o que está a traduzir-se numa maior apreensão por parte dos investidores, contribuindo assim para o adiamento, ou mesmo a paragem de diversos negócios e investimentos e desacelerando a criação de novos postos de trabalho.
De acordo com o INE, no último trimestre de 2022 o número de pessoas empregadas desceu 0,5%, face ao trimestre anterior, tendo recuado para um total de 4,9 milhões. O volume de desempregados aumentou 12,1% (36,9 mil) em relação ao trimestre anterior e 3,7% (12,1 mil) relativamente ao período homólogo.
Para estes números contribuiu o aumento de desemprego entre mulheres e pessoas entre os 35 e os 44 anos. De acordo com os dados do INE, no último trimestre de 2023, estes foram os principais indicadores que contribuíram para a subida da taxa: mulheres (15,1 mil; mais 9%); pessoas dos 35 aos 44 anos (9,3 mil; 16,9%); que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico (22,2 mil; 18,9%); à procura de novo emprego (18,9 mil; 6,8%); e desempregados há menos de 12 meses (26,8 mil; 15,6%).
O desemprego de longa duração também registou um aumento: nos últimos três meses do ano, quase metade (42%) dos desempregados estavam nesta situação há mais de 12 meses. Apesar desta percentagem ser inferior à registada no trimestre anterior, foi francamente superior à verificada no período homólogo (de 90,6 mil no Q4 de 2021 para 93,5 mil pessoas em 2022).
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