De acordo com o 2017 Global Talent Trends Study, da Mercer, a maioria (93%) das empresas em todo o mundo admite estar a planear um redesenho da sua estrutura nos próximos dois anos.
Ao mesmo tempo que a disputa pelo talento continua a aumentar e os modelos de negócio sofrem o impacto das alterações tecnológicas, sociais e demográficas, as empresas continuam a adotar abordagens standard na gestão do seu talento, desadaptadas das alterações radicais em marcha ou que se avizinham. De acordo com o 2017 Global Talent Trends Study, da Mercer, a maioria (93%) das empresas em todo o mundo admite estar a planear um redesenho da sua estrutura nos próximos dois anos. Contudo, apenas 4% dos executivos admitem que a sua organização é “ágil face à mudança.”
“Numa altura em que a digitalização, a robótica e a Inteligência Artificial estão a provocar alterações nos modelos de negócio tradicionais, é tentador para gestores executivos focarem-se na tecnologia enquanto solução que garanta a competitividade das suas organizações, remetendo para segundo plano a componente humana”
Refere Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer Portugal.
“O crescimento assenta no compromisso e na atribuição de maior responsabilidade da força de trabalho atual, com recurso a metodologias que estamos agora a descobrir. São necessários colaboradores que possuam as competências certas para o desenvolvimento de soluções inovadoras que potenciam não só o desenvolvimento da empresa, mas também o próprio desenvolvimento pessoal.”
Este estudo da Mercer partilha informações que têm por base mais de 7.000 respostas e compara a visão dos executivos de topo, dos líderes de RH e dos colaboradores de várias organizações de todo o Mundo. O relatório avalia as grandes desigualdades que existem ao nível do alinhamento, identifica várias faltas de ligação críticas face à mudança e oferece algumas recomendações para as empresas conseguirem crescer.
Um dos aspetos mais relevantes, apesar da existência de planos de transformação em curso nas organizações, é o facto de a maior parte dos responsáveis de RH não considerarem prioritário para 2017 a reorganização de funções e da estrutura funcional da sua organização. Na verdade, as principais prioridades para os líderes de RH são: a atração de talento no mercado para funções de topo; o desenvolvimento das futuras lideranças; a identificação de recursos com elevado potencial e o reforço das competências da sua força de trabalho. Pode-se pois concluir que os RH estão mais focados no desenvolvimento das capacidades dos colaboradores, enquanto que os objetivos dos executivos de topo privilegiam a mudança dos ambientes de trabalho.
Adicionalmente, apesar dos líderes de RH mostrarem confiança nos processos de gestão de talentos que têm em curso (70%), os colaboradores continuam à procura de novas oportunidades noutras organizações. Mais de um terço (34%) dos colaboradores admitem que planeiam abandonar, nos próximos 12 meses, a empresa onde trabalham atualmente, apesar de estarem satisfeitos com a mesma.
Os dados são igualmente preocupantes no caso dos colaboradores que não planeiam abandonar o seu atual cargo e que indicam que se sentem menos “motivados” e, como tal, menos propensos a desenvolverem a sua carreira num ambiente de trabalho colaborativo e inovador. Destaque ainda para o facto de 43% dos executivos entrevistados verem esta escassez de talento e o aumento da concorrência pelo talento como uma forte preocupação, comparativamente com apenas 34% dos responsáveis de RH.
“As organizações precisam de colocar como prioritária a cultura da agilidade para se manterem sempre na linha da frente das tendências de mercado, que estão permanentemente em rápida mudança”
Refere Tiago Borges.
“As empresas que fortalecerem e incentivarem as suas pessoas – preparando-as para o desconhecido, reduzindo os riscos e ajudando-as a crescer no trabalho – serão mais bem-sucedidos na criação de uma empresa ágil e de sucesso.”
O que não está presente na agenda dos profissionais de RH para 2017 traduz uma falta de alinhamento com a gestão de topo e, provavelmente, de oportunidades perdidas para promover aquilo que os colaboradores enumeraram como importante:
Saúde em primeiro lugar. Dinheiro depois – Apesar de 61% dos colaboradores indicarem que a saúde é mais importante que o dinheiro ou a carreira, e 47% revelarem que esperam que a empresa onde trabalham dê mais atenção à saúde dos funcionários nos próximos anos, a verdade é que a saúde e bem-estar surge em penúltimo lugar na tabela das principais prioridades para gestão de talento dos líderes de RH.
“A satisfação das necessidades dos talentos, através da reestruturação dos cargos futuros e do apoio das necessidades de saúde e financeiras dos colaboradores, está já a tornar-se um diferenciador de mercado”
Comenta Tiago Borges.
O 2017 Global Talent Trends Study da Mercer, que analisa as principais tendências que influenciam hoje a força de trabalho e a forma como as organizações estão a responder a esta mudança, põe a descoberto quatro tendências que estão a redefinir as previsões para este ano:
- Foco no crescimento: os gestores de topo estão a alterar as suas prioridades para promoverem o crescimento;
- Relevância da informação: as métricas terão um papel essencial para as organizações ganharem a “guerra” pelo talento;
- Mudança do que é valorizado: reconhecer o que é mais importante para os funcionários;
- Personalização: Foco contínuo numa maior personalização e flexibilidade.
O estudo tem por base as respostas dadas por mais de 1.700 profissionais de RH, 5.400 funcionários, e 400 executivos de 37 países e 20 setores industriais.
Para mais informações ou fazer o download do estudo total, clique aqui.
[posts title=’Outras notícias ‘ count=’3′ layout=’grid-3-col’][/posts]