No 1.º trimestre de 2022 houve um aumento de colocações de Trabalho Temporário de mais 1.050 pessoas em janeiro (+3,3%), 1.650 pessoas em fevereiro (+5,2%) e 1.802 pessoas em março (+5,5%). Apesar do crescimento em comparação com o 1.º trimestre de 2021, as colocações estão ainda -3,2% abaixo de 2020 e -10,8% abaixo de 2019.
A APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) divulgam os Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2022, fazendo a comparação com o período homólogo do ano anterior.
As principais conclusões apresentadas neste barómetro são as seguintes:
- No total, o aumento no número de colocações no 1.º trimestre de 2022 face ao mesmo período do ano anterior foi de +4,7% (96.099 em 2021 vs. 100.606 em 2022). Apesar do crescimento em relação ao ano passado, os valores estão ainda -3,2% abaixo das colocações do 1º trimestre de 2020 (103.945 colocações) e -10,8% de 2019 (112.781 colocações).
- O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), que tinha vindo a descer desde maio de 2021, volta a demonstrar crescimento gradual desde o início do ano, fixando-se em 1,03 em janeiro, 1,05 em fevereiro e 1,06 em março. Estes valores são superiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.
- Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma subida ligeira da contratação de trabalhadoras do género feminino em maio (47,7%), em relação a 47% em janeiro e fevereiro.
- Ao nível da distribuição etária, a maior parte dos colocados têm entre 16-24 anos (cerca de 26%), seguindo-se os que têm entre 25-29 anos (cerca de 20%). Verifica-se que há um ligeiro aumento da idade média dos colocados acima dos 30 anos para cerca de 54% no 1.º trimestre de 2022.
- O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (65% a 67% no 1.º trimestre do ano). Aumentam as colocações de ensino secundário (de 25% em janeiro para 27% em março), que ocupa o segundo lugar. Pessoas com licenciatura mantêm cerca de 5% das colocações.
- As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” voltam a assumir o topo nos setores de atividade do Trabalho Temporário (12% a 14%) no 1.º trimestre de 2022, depois de passarem para segundo lugar no trimestre anterior, atrás das empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições”, que agora representam cerca de 8%.
- Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, o 1.º trimestre de 2022 é liderado pelas “Outras profissões elementares”, mantendo o primeiro lugar e subindo de 23% para 27%. Seguem-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (cerca de 18%) e, em terceiro lugar, os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (cerca de 11%).
“Este trimestre está a marcar um início de ano positivo, no sentido da recuperação do setor de Trabalho Temporário. Estamos já com níveis mais semelhantes a 2020, mas ainda abaixo do pré-pandemia em 2019. 2021 foi um ano com um 1.º trimestre muito negativo devido ao confinamento, motivo pelo qual os índices estão acima”, explica Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).
“A nível demográfico, reforçamos a importância da contratação de pessoas na faixa acima dos 50 anos, cerca de 10%, bem como de grupos com qualificação mais baixa, que obtêm novas valências através da experiência adquirida e formações a que têm acesso”, acrescenta.
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