Dados avançados pela APESE-RH (Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos) e pelo ISCTE indicam que no 2º trimestre de 2023 houve um decréscimo de colocações de Trabalho Temporário face ao ano passado.
Em comparação com o 2º trimestre de 2022, houve um decréscimo de colocações de Trabalho Temporário de menos 342 pessoas em abril (-1%), 422 pessoas em maio (-1,2%) e 754 pessoas em junho (-2,2%) em relação ao período homólogo.
Apesar do crescimento em comparação com o 2º trimestre de 2021 (+9,5%) e 2020 (+58,6%), as colocações estão ainda -1,5% abaixo de 2022 e -11% abaixo de 2019.
“No segundo trimestre deste ano assistimos a uma diminuição das colocações no setor de Trabalho Temporário em relação ao ano passado e a 2019. No entanto, é possível verificar uma melhoria relativamente ao mesmo período de 2020 e 2021. Um dos fatores que pode estar na base destes valores é a situação económica que vivemos atualmente em que para fazer face ao custo de vida em Portugal muitas pessoas são obrigada a ter mais que um trabalho, para conseguirem obter um rendimento extra” explica Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).
Verificou-se um decréscimo nas colocações de trabalho temporário no 2º trimestre de 2023, face ao mesmo período de 2022, com diminuição de menos 342 pessoas em abril (-1%); 422 pessoas em maio (-1,2%) e 754 pessoas em junho (-2,2%).
No total, a diminuição no número de colocações no 2º trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano anterior foi de -1,5% (103.152 em 2022 vs 101.634 em 2023). Apesar do crescimento em relação a 2021 (92.854 colocações) e 2020 (64.088 colocações), os valores estão ainda -11% abaixo das colocações do 2º trimestre de 2019 (114.150 colocações).
O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), que tinha estabilizado desde novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano, fixando-se em 0,99 em abril e maio e 0,98 em junho. Estes valores são inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.

Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma ligeira diminuição da contratação de trabalhadoras do género feminino em maio (45%) e junho (44%), em relação a 45,5% em abril.
Ao nível da distribuição etária, entre 27% a 28% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, no 2º trimestre de 2023.
O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (59% a 60% no 2º trimestre do ano). As colocações de ensino secundário (entre 33% a 34%) ocupam o segundo lugar. Pessoas com licenciatura mantêm cerca de 6% das colocações.
As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam em primeiro lugar no 2º trimestre de 2023 (cerca de 11% a 12%). Já as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” assumem o segundo lugar nos setores de atividade do Trabalho Temporário, representando cerca de 8% a 9%. Por outro lado, as empresas de “Atividades auxiliares dos transportes” alcançam o terceiro lugar no mês de abril e junho (cerca de 6% a 7%). Já no mês de maio, as empresas de “Atividades de serviços de apoio prestados às empresas” ocupam o terceiro lugar (7%).
Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 2º trimestre de 2023 destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 25% e 28%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (entre 17% e 18%). Em terceiro lugar, estão os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (entre 8% e 9%).