Que principais desafios enfrenta a formação de executivos em Portugal?
O primeiro desafio foi resultante da pandemia. Antes, as empresas tinham um plano de formação muito estruturado; com o contexto pandémico, teve de se repensar o que fazer online ou presencialmente, o que resultou em mais decisões num curto espaço de tempo, complicando em termos de gestão, dos professores, das empresas, das salas… O segundo desafio – e também por causa da pandemia – prende-se com a expansão da quantidade de opções.
Se, antes deste período, havia programas abertos ou customizados, quase todos presenciais, atualmente, existem várias opções: desde o presencial, passando pelo online, até ao híbrido. Para o cliente é ótimo, porque resulta numa maior liberdade de escolha, no entanto, para os formadores, implica uma maior logística.
Como é que a CATÓLICA-LISBON se tem adaptado a estes desafios?
Passámos do presencial ao online em quase todos os casos, durante a pandemia, e agora estamos a tentar encontrar o equilíbrio. Por exemplo, num programa de inscrição aberta, as pessoas podem sempre frequentá-lo online, no entanto, a experiência não será tão enriquecedora como para aqueles que o frequentarem presencialmente. A pessoa é livre de tomar a decisão que mais lhe convier, mas há que informar que a experiência poderá ser menos rica.
Que novidades apresentam na vertente de executive education?
Existem vertentes em que desenvolvemos novos programas – como foi o caso da área de Agribusiness –, mas temos estabelecido também parcerias institucionais, por exemplo com o Instituto Superior Técnico (IST), com o qual temos programas de blockchain, na área de cibersegurança e, ainda, outro na área de digital product management – este último, em parceria também com a consultora Productized.
Para este ano, estamos a avançar para as áreas de corporate governance, corporate innovation, digital sales, e há intenções de incorporar as áreas de change management e de customer experience – duas áreas com necessidade de mercado, para as quais temos professores aptos a ajudar a montar o programa.
Portefólio com +40 programas de inscrição aberta:
Período de candidaturas: Todo o ano;
Áreas de estudo: gestão; sustentabilidade; inovação; digital; tech disruption; data & privacy; marketing; vendas; liderança; soft skills; recursos humanos; finanças; healthcare; setorial;
Exemplos de cursos: Programa Avançado de Gestão para Executivos; Data ScStrience: Big Data, AI and Analytics; Blockchain and Smart Contracts (em parceria com o Técnico+); Liderança Orientada para Resultados; Programa Avançado em Gestão de Recursos Humanos; Healthcare Management Program; Strategic Agribusiness Management
Duração: 3 semanas a 5 meses
Audiência: c-level + board member; senior-level; mid-level; high potential
Formatos de ensino: presencial, online, blended, live virtual
Para este ano, estamos a avançar para as áreas de corporate governance, corporate innovation, digital sales, e há a intenção de incorporar as áreas de change management e costumer experience
Aprofundando os vossos “Open Programs”, como tem evoluído a procura por este tipo de programas?
Estes programas estão inseridos numa atividade muito cíclica: quando a economia está a funcionar bem, os programas customizados para as empresas funcionam muito bem, enquanto os programas de inscrição aberta ocorrem de uma maneira mais calma; verifica-se o oposto quando a economia não está tão positiva.
Neste momento, as empresas estão a investir em programas customizados, mas também nos “open”. Por um do, inserir os colaboradores, em conjunto, em programas customizados, funciona muito bem em termos de network intra-empresa, por outro, as organizações também sabem que as pessoas necessitam de network fora da empresa – isto é percebido como um prémio, uma ferramenta de fidelização.
Como é que a Academia está a preparar a exigência dos próximos anos, no que toca à escassez de competências?
A pandemia acelerou a necessidade de desenvolver as soft skills: as pessoas terão de trabalhar muito mais a empatia e a rápida tomada de decisões. O prazo da vida laboral irá continuar a expandir-se e, por isso, é preciso preparar as pessoas para este tipo de competências.
A Academia tem apostado no lifelong learning, o que significa que irá haver mais gerações na mesma formação e, também, nas mesmas empresas. É, então, fulcral que gerações diferentes saibam trabalhar em conjunto.
Quais as expectativas para este ano letivo?
Em três anos, é o primeiro em que voltamos ao presencial, o que impacta positivamente no ambiente da faculdade. Para a formação dos executivos vamos continuar a apostar no mercado internacional e a inovar nos programas e nas metodologias. Em termos de conteúdos, a missão é preparar as pessoas para o futuro, no que toca a temas como a sustentabilidade, por exemplo.
Entrevista publicada na edição n.º 142 da RHmagazine, referente aos meses de setembro/outubro de 2022.
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