Segundo a TSF, de acordo com um estudo da Rede de Médicos-Sentinela, coordenada pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), existe uma relação direta entre as subidas e as descidas da taxa de desemprego e a incidência de depressão em Portugal.
O Instituto Nacional de Saúde descobriu subidas e descidas paralelas ao longo de mais de duas décadas. A análise debruçou-se sobre vários anos, de 1995 a 2018, e os casos de depressão foram identificados pelos médicos de família da Rede de Médicos-Sentinela.
Citada pela TSF, Ana Paula Rodrigues, coordenadora da rede, afirma: «Em Portugal, quando o desemprego aumenta, verifica-se um aumento da incidência de depressão e, mais tarde, quando o desemprego diminui, há uma diminuição, também, da depressão.» A coordenadora ressalva que o estudo não permite, contudo, saber se as pessoas com depressão estavam desempregadas. No entanto, avança que é possível perceber, através de outros estudos, que o desemprego, em crises económicas, gera «uma grande instabilidade social, em que mesmo os empregados sentem uma grande insegurança em relação ao seu posto de trabalho, num contexto que pode contribuir para mais depressão».
Assim, especialistas do Departamento de Epidemiologia do INSA apontam para uma necessidade de monitorizar a doença mental em Portugal, principalmente em momentos de «vulnerabilidade social», pelo que é essencial avançar com «medidas preventivas como forma de mitigar o impacto de futuras crises económicas».
Relativamente ao atual contexto pandémico, Ana Paula Rodrigues relembra que existem «várias pessoas e organizações que alertam para a necessidade de desenvolver programas de apoio neste momento particular, que não é comparável a outras crises que vivemos no passado».
[Fonte: TSF]
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