No final de 2020 a ROFF, I2S, Grupo GFI e Iecisa anunciaram o seu novo nome – Inetum. Esta nova identidade é o culminar de uma estratégia de contínuo crescimento, e o nome afirma a ambição e o espírito empreendedor de conquista. Um nome que tem as suas raízes na palavra latina “incrementum”, que significa crescimento. A RHmagazine foi conversar com Francisco Febrero, Group Corporate VP & CEO SAP BL & Head of Portugal, para conhecer as metas que foram traçadas para este crescimento.
A ROFF, I2S, GFI e Iecisa tornaram-se Inetum em 2020 para criar um branding mais forte. Disse, na altura, que o objetivo é alcançar um crescimento mais forte nos próximos anos. Para os recursos humanos, que é o tema que nos interessa, o que tem previsto?
Vemos este processo de mudança como uma evolução da marca e acreditamos que, como líderes, a nossa ambição e foco tem de ser esse – a evolução e o crescimento diários de toda a nossa equipa da Inetum. Com a nova identidade preservamos os nossos valores, mantemos o foco na proximidade e na satisfação do cliente, mas estamos, ativamente, a melhorar e renovar a nossa perceção no mercado. Quer no que diz respeito às ambições do universo dos nossos atuais colaboradores, quer na atração de novos recursos, que como sabemos são fundamentais para garantir a continuação do nosso crescimento.
Sabemos bem que na nossa área de negócio é determinante estarmos alinhados com as necessidades dos nossos clientes, dos nossos colaboradores, e das pessoas que precisamos de integrar para atingir os objetivos de crescimento do Grupo. Sendo nós uma referência nas TIs em Portugal, temos de continuar a ser rápidos e ágeis quer na manutenção da nossa atual equipa, quer na atração de novos recursos para continuarmos a ser um Grupo de eleição para trabalhar em Portugal.
Neste cenário, para o nosso panorama de recursos humanos, queremos continuar a crescer globalmente e a contar com os melhores talentos. As pessoas são hoje, como sempre o foram, um dos nossos principais pilares: gente competente, focada no cliente e na qualidade do serviço.
No atual contexto, em que o preço do serviço tende a ganhar força, a ser visto mais como um custo e menos como um investimento, a diferença – não tenho qualquer dúvida – está na qualidade do nosso serviço, na robustez dos resultados, mas, não menos importante, na valorização dos nossos recursos humanos. Por isso, diria que nos vamos focar em dois vetores fundamentais: no constante investimento na valorização e retenção das nossas pessoas e, paralelamente, na contratação de novos recursos quer em Portugal, quer em diversas geografias.
A ROFF, agora Inetum, costuma aparecer muito bem classificada nos rankings das empresas onde é agradável trabalhar. Esta estratégia é para manter agora na Inetum? O que tem previsto ao nível da cultura para fazer com que a “fusão” de todos os colaboradores resulte?
Sim, sem dúvida que a estratégia de valorização e engagement com os colaboradores é para manter. Todas as diferentes empresas do Grupo sempre valorizaram e sempre valorizarão as suas pessoas. Queremos continuar a contar com colaboradores motivados e totalmente focados no serviço aos nossos clientes. Ao nível da manutenção da cultura, acreditamos que a transparência e a comunicação numa base permanente com os nossos colaboradores são cruciais para os manter envolvidos, informados e apoiados em todos os momentos.
Em segundo lugar, acreditamos na proximidade como forma de motivar os nossos colaboradores. Por isso, estamos empenhados em promover verdadeiras conexões humanas através de campanhas que estimulem o colaborador a ser um agente integrante e participativo. Neste sentido, temos organizado eventos digitais internos, promovido encontros virtuais entre colaboradores, criado dinâmicas de interação através de redes sociais, passatempos internos, entre outros, num esforço permanente e genuíno de manter a proximidade entre colegas e equipas.
Acreditamos que hoje, mais do que nunca, as pessoas precisam deste suporte. Temos a consciência de que temos um papel fundamental junto dos nossos colaboradores. Obviamente que o contacto pessoal, quer entre colegas, quer com todos os nossos clientes, é, no nosso ponto de vista, fundamental para transmitir todos os valores que são importantes para o crescimento do Grupo.
Enquanto permanecer a situação atual de restrições criadas pela pandemia, prevemos continuar a manter e a apostar neste tipo de iniciativas, preservando sempre as normas definidas pelas autoridades e colocando sempre a saúde e a segurança em primeiro lugar, quer dos nossos colaboradores, quer dos nossos clientes.
Mais de 90% da faturação da ROFF, até 2020, é proveniente da tecnologia SAP. Quanto pesa neste bolo o negócio do SAP Sucessfactors? Como explica o crescimento das instalações deste software em Portugal nos últimos anos?
A solução SAP SuccessFactors tem tido um crescimento muito sólido em Portugal nos últimos anos. Aquilo que notamos é uma procura crescente por parte de diversas empresas portuguesas que estão a selecionar esta solução para realizar a transformação digital das suas áreas de recursos humanos, inovando e posicionando os colaboradores no centro das suas estratégias de gestão digital.
Num ambiente cada vez mais global e digital, as empresas procuram um software flexível que permita aos RH pensar à escala global, ao mesmo tempo que os requisitos locais de regulamentação e conformidade de cada país são igualmente cumpridos.
As soluções SAP SuccessFactors não só contribuem para este nível de flexibilidade, imprescindível às empresas independentemente da sua dimensão ou indústria, como também proporcionam uma experiência aos colaboradores que é absolutamente necessária à conquista e à retenção de talento de topo. A grande vantagem é que esta solução possibilita uma gestão proativa das pessoas, com o objetivo de que as empresas consigam ter em cada momento a pessoa certa, no lugar certo. E todos nós sabemos que os desafios relacionados com a gestão do talento humano são essenciais para que as empresas atinjam os seus objetivos e se distingam pela sua excelência no mercado. Hoje em dia, as melhores empresas do mercado reconhecem isto e estão a capacitar e envolver as suas pessoas como os principais facilitadores do seu crescimento estratégico.
A pandemia parece não estar a ter impacto nas empresas de tecnologias como a Inetum. Confirma?
Com a pandemia que vivemos e no atual contexto económico de total incerteza sobre o que se vai passar no próximo mês ou semana, com todas as previsões a apontarem para uma crise económica de grandes dimensões, os desafios são enormes para todas as empresas. Neste âmbito, não somos exceção e diria que, neste momento, estamos a fazer uma gestão dia a dia, na qual equilibramos os interesses dos clientes, a força de trabalho e os objetivos e visão futura da nossa organização. Ainda que as consequências da crise ampliem os riscos existentes e criem novos riscos, as mudanças nesta escala também criam novas oportunidades.
Esta crise provocada pela pandemia de Covid-19 deixou claro que a tecnologia pode ser um pilar importante para a sobrevivência de muitas empresas, na medida em que as que apostem no digital serão, certamente, as que melhor irão sobreviver a esta crise ou mitigar o seu impacto.
Embora o fim desta crise de saúde ainda não seja conhecido, é importante que as empresas se preparem para um futuro mais digital através da implementação de tecnologias que trarão mais valor aos negócios. Em apenas alguns meses, a Covid-19 acelerou tecnologias digitais que existem há muito tempo e, efetivamente, podemos olhar para esta situação como uma oportunidade de negócio.
É importante realçar que o trabalho remoto de qualidade, nas diferentes áreas das TIs, já é há muitos anos uma realidade para muitas empresas. Nesse sentido, diríamos que estamos mais preparados do que outras indústrias para servir todos os nossos clientes. No entanto, e tendo em conta a atual situação de profunda crise económica que se vive, pensamos que grande parte das empresas se vão retrair em todos os investimentos que vão fazer nestas áreas das Tecnologias de Informação.
Parece-me importante realçar que em Portugal, com a atual tendência de trabalho remoto, é mais difícil fechar um negócio de venda de serviços, projetos ou de equipamentos, sobretudo nas empresas de pequena e média dimensão, sem que seja feito um contato pessoal. Por isso, as empresas de TIs serão penalizadas pelo confinamento.
O que acha que vai ficar na gestão dos recursos humanos depois da pandemia? Que desafios vão afrontar as empresas nos próximos anos ao nível dos RH, e como é que uma ferramenta como o SAP Successfactors pode ajudar?
A gestão de recursos humanos, por ser cada vez mais estratégica nas organizações, deve encabeçar o processo de transformação interna das empresas no pós-Covid. Veremos quando acabará a pandemia, mas uma coisa é certa: nada será como antes, e várias tendências de RH sairão reforçadas. Por exemplo, o imprescindível investimento no engagement e na versatilidade das equipas, a flexibilização dos modelos de trabalho privilegiando o trabalho à distância, o foco na comunicação e na saúde mental e, obviamente, o já referido e incontornável investimento na transformação digital através de tecnologias como o SAP SucessFactors.
Arrisco mesmo dizer que todos estes fatores conjugados serão fundamentais na conquista de melhores performances e resultados. Talvez o maior desafio de RH neste momento seja a adaptação a um ambiente onde a mudança frequente, a volatilidade e a incerteza se tornaram comuns.
Neste ambiente de mudança, as empresas de TIs que melhor se adaptarem serão, sem qualquer dúvida, o parceiro certo para enfrentar desafios e ajudar a tomar as decisões certas, com vista à integração tecnológica de processos, sistemas e pessoas. Isso criará uma organização mais inteligente e ágil, e possibilitará uma resposta rápida aos desafios do pós-pandemia e à nova realidade de trabalho.
Não tenho dúvida de que a Inetum já se preparou para esta nova realidade, e tem a flexibilidade suficiente para se adaptar às diferentes formas de trabalhar que, com toda a certeza, irão surgir.
[Entrevista publicada na RHmagazine de janeiro/fevereiro 2021]
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