Venceu o prémio de melhor startup na Irlanda, o ano passado. Agora, a Kianda, que se propõe a ajudar as empresas a acelerar a sua transformação digital, dá os primeiros passos em Portugal.
Ele é luso-angolano, ela é da Turquia. Conheceram-se enquanto estavam a estudar em Lisboa, mas vivem na Irlanda. Osvaldo Sousa e Derya, fundadores da Kianda, afirmam que deixar os seus trabalhos para se dedicarem a este projeto foi uma “decisão necessária”. O resultado desta dedicação veio em 2018 quando a Kianda venceu o prémio de melhor startup do ano na Irlanda. Em Portugal, dão, agora, os primeiros passos de atuação.
Ainda que existam vários sistemas de automatização de tarefas administrativas no mercado, Derya e Osvaldo Sousa, que apresenta 18 anos de experiência na área de tecnologia em várias empresas na Europa, consideram que o desafio era “fazer com que esses mesmos processos de automatização fossem fáceis de utilizar, até para uma pessoa não experiente em código, e que conseguissem ao mesmo tempo preencher as necessidades das empresas, sem grandes custos”.
Assim nasceu a Kianda, que permite às empresas aceleraram a sua transformação digital ao fornecer automatização de processos baseada em formulários rápidos de criar e numa plataforma de entrega de aplicações fáceis de usar. De acordo com a startup, “a solução pode ser utilizada para criar aplicações para gestão de processos de recursos humanos (admissão de colaboradores, avaliações, aprovações), em departamentos financeiros (emissão de faturas, gestão de pedidos, relatórios de despesas), de tecnologia de informação (pedido de suporte online, gestão de pedidos) e outros processos de aprovações internas.
“O que nos destaca é a experiência e o facto de sermos pequenos, porque podemos reagir rapidamente. Somos ágeis, reativos e movemo-nos muito mais rapidamente na resposta aos clientes do que outras empresas do mercado”, refere Osvaldo Sousa, acerca da concorrência existente no setor.
Por agora, o casal foca-se em fazer crescer a empresa. Tendo como base a Europa, estão a planear lançar a primeira ronda de financiamento em 2019, defendendo que preferem mostrar os resultados que a Kianda obtém dos seus clientes, como a Fundação Calouste Gulbenkian, que elegeu a plataforma há mais de um ano para “transformar os processos manuais em processos digitais, obtendo uma significativa redução de custos e ainda um aumento na produtividade”.
“A Kianda deu-nos a capacidade de automatizar os processos de trabalho de uma maneira simples, do início ao fim, integrando a gestão dos processos de fluxo de trabalho com as aplicações e sistemas que a organização usa, desde a facilidade com que criamos formulários, até à maneira como podemos usar regras que nos permitem fazer os fluxos de trabalho funcionarem. Não é apenas uma aplicação. É um novo mundo e uma nova forma de trabalhar”, afirma Vladimiro Sousa, organisation manager da Fundação Calouste Gulbenkian.
O investimento da Kianda em Portugal conduziu à nomeação de Teresa Virtuoso como regional sales manager, que assume como objetivo a dinamização da área de vendas, parcerias e acompanhamento de projetos em clientes. A responsável de vendas da startup foi sales manager na Bitwizards e Own Company e Channel Specialist na Iten Solutions.
Sediada no hub de inovação LINC, em Dublin, a empresa detém atualmente uma classificação de cinco estrelas junto de empresas de 500 a três mil colaboradores, atuando em Portugal, Irlanda, Bélgica, Angola e Dinamarca. Desde que foi lançada, no final de 2017, já atingiu cerca de dez mil utilizadores empresários.