Nunca achei que o termo “recursos humanos” fosse correcto. Não é adequado dado que as pessoas não são recursos da organização, mas “a” organização. Por exemplo, nós não somos um recurso da nossa família, mas sim um membro insubstituível.
Se fossemos apenas um recurso, os nossos familiares veriam-nos como uma fonte de dinheiro ou de outro beneficio.
Em suma, “recurso” é uma palavra muito limitada.
Nalgumas culturas, é considerado mesmo grosseiro referirem-se às pessoas como “recursos”.
Pessoas não são “commodities”. Não se pode simplesmente alocar qualquer individuo em qualquer projecto. Capacidades, personalidades, gostos, talentos e potenciais, são características dinâmicas e únicas para cada pessoa.
Assim, qualquer teoria (incluindo a gestão de projectos tradicional) que trata pessoas como recursos – como petróleo, ouro ou computadores – está a fazer uma simplificação injusta à custa de seres humanos que trabalham na organização.
A mecanização e tecnocracia académica na gestão das pessoas aplicada nas ultimas décadas, levou à desumanização das empresas e ao afastamento dos trabalhadores. A relação afectiva evaporou-se e temos hoje uma retenção baseada apenas em prémios ou perspectivas individuais de carreira. Já ninguém veste verdadeiramente a camisola!
Acredito vivamente que mais vale um “bom-bom” ou um sorriso pela manhã, do que me colocarem as pessoas em linhas de montagem de construção de pseudo talentos ou de pseudo estrelas, sendo que, muitos já são otimos naquilo que fazem e “no one cares”.
POR: Miguel Santos Silva – Managing Partner at Pharmaplanet