De acordo com o Público, o relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho revela que Portugal foi o país europeu onde os salários das mulheres foram mais penalizados nos primeiros seis meses de 2020.
Portugal foi o país onde se registou uma maior perda salarial, mas as mulheres saíram mais penalizadas que os homens, segundo o Relatório Global sobre os Salários 2020/2021, divulgado na passada quarta-feira, e levado a cabo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O relatório revela que os salários das mulheres tiveram uma queda de 16%, enquanto que os salários dos homens sofreram em 11,4%. Esta queda salarial acentuada do sexo feminino foi a mais elevada entre os 28 países europeus analisados.
No entanto, este impacto não se notou apenas em território português. A OIT adianta que em todos países analisados as mulheres foram o grupo mais impactado pela redução de emprego e das horas de trabalho. Isto deve-se ao facto de as mulheres estarem sobrerepresentadas nos setores mais afetados pela crise. A nível europeu, a queda salarial das mulheres foi de 8,1%, enquanto que a dos homens foi de 5,4%.
A crise afetou ainda, de forma crítica, os trabalhadores com salários mais baixos, o que, de acordo com o relatório da OIT, «reflete o facto de os trabalhadores a desempenhar funções pouco qualificadas serem mais propensos a experienciarem perdas de emprego e redução da jornada de trabalho após o início da pandemia, enquanto os que exercem cargos de gestão e funções técnicas mais bem remunerados foram menos afetados pela crise», lê-se no Público.
Os autores do relatório adiantam que estes dados sugerem um aumento da desigualdade salarial na Europa desde o início da pandemia, sendo que Portugal está entre os países onde a desigualdade se tornou mais evidente (ao lado da Irlanda e Espanha).
O documento mostra ainda que, no que ao impacto global da crise nos salários diz respeito, Portugal também se encontra no topo, com uma redução da massa salarial de 13,5%, sendo a média dos países europeus analisados de 6,5%.
De acordo com a OIT, as medidas de retenção do emprego e o teletrabalho permitiram que parte da economia europeia continuasse a funcionar, mesmo que as medidas de confinamento tenham levado a uma paragem da produção de muitas indústrias – algo que se constata pelas reduções relativamente pequenas na massa salarial total.
Rosalia Vázquez-Alvarez, uma das autoras do relatório, afirma: «Salários mínimos adequados podem proteger os trabalhadores e as trabalhadoras dos baixos salários e reduzir as desigualdades.»
[Fonte: Público]
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