A Universidade Europeia promoveu uma sessão dedicada à Agenda do Trabalho Digno. Sob o mote, “Agenda do Trabalho Digno – Alterações à Legislação Laboral e impactos na Gestão de Recursos Humanos”, o evento pretendeu elencar as principais alterações que a nova legislação trará para o mercado laboral e o impacto que esta terá na área da gestão de pessoas.
Com o objetivo de combater a precariedade no mercado de trabalho, a Agenda do Trabalho Digno traz uma série de alterações à lei que impactam diretamente a gestão de recursos humanos.
Para debater as principais alterações à lei, a sessão promovida pela Universidade Europeia contou com a presença de Catarina Fernandes, Diretora Compensação, Benefícios e Relações Laborais da Leroy Merlin e docente da Universidade Europeia e Graça Quintas, Head of Employment Law | SMFC e docente da Universidade Europeia. As oradoras concordaram que a Agenda do Trabalho Digno deve, por parte das empresas, ser encarada como uma oportunidade.
Desde o recrutamento, ao onboarding e às condições de trabalho, as alterações à lei trazem uma maior exigência às organizações. Para Catarina Fernandes, olhar para os contratos de trabalho e repensar nas políticas de recursos humanos, deve ser o primeiro passo das empresas rumo ao cumprimento de todas as obrigações que a nova legislação traz para cima da mesa.
Graça Quintas chamou também a atenção da necessidade das empresas alterarem a sua forma de trabalhar, mas sem incorrerem em práticas discriminatórias para serem capazes de cumprir a nova legislação. A Head of Employment Law | SMFC e docente da Universidade Europeia apelou ao bom senso das organizações nesse sentido, que deverão olhar para as suas práticas e redesenhá-las de forma a criar mais oportunidades e não a conter a implementação de boas-práticas.
Num debate que contou com a participação de Ana Santos, HR Director na A Padaria Portuguesa; Hélder Figueiredo, Group People Director na Trivalor SGPS; Mariana Canto e Castro, Human Resources Director, Head Counsel & Social Impact Strategy Manager na Randstad; e Rui Catarino, Mgr. Reward, Org. Effectiveness and HR Operations na Vodafone Portugal, ficaram claros os desafios que as empresas têm pela frente, não só para estarem em conformidade com a legislação, mas sobretudo no que diz respeito à gestão das suas pessoas numa altura em que reter e manter talento é cada vez mais difícil.
Os responsáveis concordaram que, apesar de a Agenda de Trabalho Digno trazer alterações necessárias para a valorização dos colaboradores, para as empresas, haverá agora uma franca necessidade de transformação dos seus processos.
O painel destacou a importância de as empresas investirem em benefícios flexíveis para colmatarem o aumento da despesa relacionada com a remuneração dos seus colaboradores. Numa época em que os colaboradores estão a ser mais valorizados, vale a pena analisar o potencial desta compensação extrassalarial tanto para os profissionais, como para as empresas, que têm a oportunidade de acrescentar mais valor aos seus recursos humanos sem, necessariamente, aumentarem os seus custos internamente.
A valorização da força de trabalho está assente em vários eixos e é fundamental que as empresas apostem, cada vez mais no desenvolvimento dos seus colaboradores e sejam capazes de lhes oferecer uma perspetiva holística da sua compensação.