Autor: Hugo Costa, Head of Back-Office da iad Portugal
O recrutamento molda uma empresa e consegue encaminhá-la para o sucesso ou nem tanto. Todos nós gostamos de selecionar quem nos rodeia e com quem partilhamos a vida e experiências. Não é diferente dentro de uma empresa.
A escolha de um grupo de trabalho deve ser transparente e justa, nunca perdendo o foco no objetivo final e nos perfis necessários para lá se chegar.
Sempre gostei de receber os candidatos que entrevisto com um humano aperto de mão e um sorriso que lhes transmita tranquilidade. É importante que quem nos visita se sinta confortável, para que se consiga uma primeira boa impressão – e quão importante é essa impressão, para ambos os lados!
Gosto de lhes mostrar o que poderá ser o seu lugar de trabalho, a azáfama do escritório e o positivo ruído de fundo, típico de uma empresa viva, mas é de igual importância o cheiro a café e torradas quando se visita uma copa. Estes momentos sensoriais fazem muitas vezes a diferença, para uma identificação com o sítio onde se passará o maior número de horas ativas do nosso dia a dia.
Como garantir isso numa entrevista à distância? Como mostrar o que de melhor temos e conseguir com que os candidatos façam o mesmo?
Só é possível entrevistar à distância, estando presente. O computador é a nossa sala de reuniões e a porta dessa sala tem de estar sempre fechada. Aquele momento é do candidato!
Antes de qualquer entrevista desativo alertas, coloco telefones em silêncio e tento garantir que aquele canto da minha casa seja também um canto deles. Na iad não consideramos, de todo, que a posição de força esteja do nosso lado. Ela está, sem dúvida, do lado do candidato. Somos nós que estamos à procura e não queremos que um perfect fit nos fuja por entre os dedos.
No início de cada entrevista deixo sempre claro que aquele momento não é uma entrevista. É apenas uma conversa entre dois profissionais, que só têm a ganhar em se conhecerem melhor. Tenho por hábito usar bastante as mãos enquanto falo e afasto-me sempre do ecrã o necessário para que toda essa dinâmica fique dentro do enquadramento.
É importante o dinamismo corporal e não dar espaço a entrevistas em formato passe.
Considero crucial que haja momentos de descontração, e uma boa gargalhada de quando em vez só enriquece o momento.
Lembro-me de uma entrevista em que se ouvia um dos meus cães a sonhar, enquanto dormia no sofá ao meu lado. Que momento hilariante esse! Expliquei que barulho era aquele e qualquer desconforto ou distância que existia despareceu naquele instante. O candidato foi diretamente transportado para a minha casa e acredito que se sentiu bem recebido.
Não há truques mágicos, nem scripts vencedores para recrutar bem à distância. As ferramentas são as mesmas de sempre… Sorriso, empatia, verdade e vontade!
Como gostariam de ser entrevistados por uma empresa que vos selecionou e enviou um convite para aquela reunião?
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