Com o novo confinamento, muitos setores, empresas e colaboradores estão preocupados relativamente ao emprego – ou, melhor, à falta dele. Para muitas empresas, seguem-se tempos muitos difíceis; e muitos setores já desesperam por medidas de apoio que lhes permitam a sobrevivência neste novo ano.
Um dos setores mais afetados por esta pandemia foi e está a ser o setor da restauração. Um comunicado assinado por Daniel Serra, presidente da Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var, prevê que os despedimentos no setor possam ultrapassar os 100 mil, ao longo do primeiro trimestre de 2021. Os dados surgem com base num inquérito realizado a empresários do setor entre 4 e 10 de janeiro. No comunicado, citado pelo Sol, lê-se: «Os empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes, afirmam que terão de despedir entre três a quatro trabalhadores por estabelecimento, pelo que se prevê que os despedimentos ultrapassem os 100 mil trabalhadores neste primeiro trimestre.» A Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var, adverte ainda para o possível desaparecimento de milhares de microempresas, pelo que pede ao Governo apoios de «caráter imediato».
Também o setor cultural tem sido profundamente “esmagado” pela pandemia – aquando do surgimento do novo coronavírus, a atividade cultural parou por completo, deixando artistas, técnicos, e todos os profissionais da área desamparados. Em entrevista à agência Lusa, Tiago Rodrigues, diretor do D.Maria II, citado pela Notícias ao Minuto, referiu que «em Portugal, a situação dos artistas já é historicamente muito precária, e esta pandemia vem revelar as fragilidades existentes». E acrescentou: «Preocupa-me a situação dramática de muitos artistas e técnicos. Há pessoas que não podem pagar as despesas básicas.» As perdas foram violentas e abruptas e o setor receia pela sua sobrevivência, principalmente agora com um novo confinamento à vista e com poucos apoios e proteções sociais. Sara Barros Leitão da direção da Plateia, que agrega várias companhias, artistas e associações, refere à TVI que continuam a contactar os poderes políticos com vista a soluções, sendo que «há meses» que contactam vários ministérios, entre os quais o da cultura. Sara Bairros Leitão relembra que o setor cultural nunca voltou em força depois do primeiro confinamento, mas sempre a meio gás, com muitas restrições.
Dentro do setor cultural, podemos ainda referir os festivais de música, cujos promotores se reúnem hoje com a ministra da cultura, Graça Fonseca. Citado pela Blitz, Ricardo Bramão afirmou à Lusa que este será o primeiro de uma série de encontros mensais. As organizações vão fazer propostas para que os grandes eventos possam ser retomados nos próximos meses, ainda durante a pandemia.
Outro setor profundamente afetado é o setor automóvel. Segundo uma notícia avançada pelo Jornal de Negócios, a pandemia fez as vendas de carros recuarem seis anos. O setor automóvel foi brutalmente atingido pela pandemia e as vendas em Portugal recuaram 33,9%. De acordo com o Jornal de Negócios, a crise no setor turístico fez o rent-a-car quase desaparecer.
Segundo uma notícia avançada pelo DN, os setores da banca, dos seguros, do imobiliário e da construção foram os únicos setores que aguentaram a pandemia. De acordo com dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, estes setores conseguiram aguentar o forte impacto da pandemia até ao final do terceiro trimestre.
Esta quarta-feira deveremos ficar a conhecer as medidas de confinamento geral que deverão estar em vigor durante um mês. Este confinamento será muito semelhante ao que tivemos em março/abril, exceto que as escolas permanecerão abertas. Depois de uma reunião no Infarmed com os especialistas, o primeiro-ministro alerta para o grande crescimento de novos casos de infeção. Na quinta-feira vai-se iniciar um novo confinamento.
Fontes: Sol, TVI, SIC, Notícias ao Minuto, DN, NIT, Jornal de Negócios
ASSINE AQUI A NOSSA NEWSLETTER SEMANAL E RECEBA OS MELHORES ARTIGOS DA SEMANA!