A RHmagazine realizou esta terça-feira – depois de um ano de interregno motivado pela pandemia –, mais uma edição do Fórum RH, no estádio do Sport Lisboa e Benfica. A mais de 50 oradores e 300 profissionais que nos acompanharam presencialmente, juntaram-se cerca de 800 convidados à transmissão online do evento – uma novidade este ano.
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Ao longo do dia, dinamismo não faltou, na opinião de quem marcou presença no Fórum RH 2021. Tempos mortos? Não existiram. Das 9h00 às 18h00 dinamizaram-se 14 mesas redondas – divididas por duas salas de conferência (Sala 1 e Sala 2) – a incidir sobre os desafios e as problemáticas que marcaram o mercado de trabalho durante a pandemia de covid-19 e, simultaneamente, dois workshops. Houve, claro, duas pausas para café e networking e uma pausa para almoço, momentos especialmente importantes para o convívio, a interação e a partilha – palavras que pareciam ter desaparecido do nosso vocabulário. Se o feedback que a equipa da RHmagazine recolheu junto de alguns participantes evidencia o sucesso deste evento pela multiplicidade e relevância de temas abordados, espelha igualmente a felicidade das pessoas em poderem estar reunidas de novo.
A manhã, depois das boas-vindas dadas por Cristina Martins de Barros, managing director do IIRH, teve início com a palestra do nosso primeiro keynote speaker Mark Mekelburg, cofundador da Operação Nariz Vermelho, professor, ator, encenador, palhaço, doutor palhaço, formador e speaker. Foi sob o mote “I play on purpose it’s my passion at work” que o orador falou de como aliar a brincadeira com propósito ao trabalho pode transformar o ambiente laboral para melhor, permitindo relaxar naquele que é, cada vez mais, um ambiente stressante, tenso e confuso. E, por falar em relaxar, que tal uma massagem antes da mensagem? Foi isso que o divertido orador começou por sugerir, perante a cheia gargalhada da audiência, que minutos depois estava a massajar os ombros da pessoa ao lado.
Da animada palestra fica o apelo à transparência, à verdade, à libertação das amarras da tensão do quotidiano. Há que tirar as “máscaras”, apesar da vulnerabilidade em que isso nos possa deixar. “Só nessa direção têm a hipótese de serem amados pelo que são e de procurarem amar o outro”, diz.
Manhã de reflexão sobre bem-estar, digitalização, teletrabalho, lideranças e soft skills – a nova realidade pós-pandemia
Terminada a palestra de abertura, as salas de conferência 1 e 2 inauguraram a sua transmissão online. Pelas 10h15, na sala 1 falava-se de como melhorar a experiência do colaborador em tempos adversos e na sala 2 a temática abordada assentou em corporate wellness.
Em “Melhorar a experiência do colaborador em tempos adversos” destacou-se a “capacidade de resiliência”, enquanto skill fundamental para lidar com a situação pandémica que atravessamos. As oradoras destacaram ainda boas práticas aplicadas nas suas empresas, nesta fase: desde pequenos-almoços virtuais a relações de proximidade, para tentar aferir o estado de bem-estar das pessoas.
Por sua vez, em “Corporate Wellness: A saúde mental durante e após a pandemia” foram abordados os eixos fundamentais para assegurar o bem-estar das equipas: líderes atentos e preocupados com os seus colaboradores; um foco na saúde física, já que um estilo de vida ativo tem também impacto no ritmo de produtividade; e ainda a importância do descanso para manter uma saúde mental e física sã. Há que abordar a questão do bem-estar e saúde mental sem preconceitos, para que o tratamento chegue atempadamente.
No grupo de palestras seguinte, falou-se da oportunidade para digitalizar negócios, trazida pela pandemia de covid-19, e ainda da relação entre o teletrabalho e a produtividade. Soluções de Realidade Virtual para o onboarding, formas de liderança remota, podcasts, e-learning (webinars, e-books, formações à distância) foram alguns dos exemplos trazidos pelos oradores para a mesa redonda “Covid-19: uma oportunidade para digitalizar negócios”. Em “RH e o teletrabalho: Acelerar a produtividade num mundo novo”, os palestrantes destacaram a flexibilidade trazida pelos novos modelos de trabalho, bem como uma maior tolerância e adaptabilidade. Ainda assim, enfatizam a necessidade de se fazerem pausas e convívios presenciais com os colegas de trabalho para se manter um equilíbrio.
Pelas 12h15 realizou-se o último grupo de palestras da parte da manhã. “Desafios de liderança: um novo modelo de liderança e de gestão de pessoas” e “Soft Skills Essenciais: Skills essenciais no cenário Pós Covid-19” foram os temas a debater. Em relação à liderança, o painel de oradores sublinha a relação de proximidade, transparência e respeito que tem de existir de líderes para colaboradores. Quanto a desafios, elencam a gestão de equipas mistas, os laços cada vez mais diluídos, que aumentam os níveis de turnover, e a preocupação acrescida com o wellbeing do colaborador. Em termos de soft skills essenciais para estes tempos, flexibilidade e resiliência mereceram o destaque dos oradores.
Hora de debater sobre lifelong learning, transformação digital, comunicação em tempos de pandemia e muito mais!
Após o almoço, iniciou-se a segunda ronda de palestras nas duas salas de conferência. Começamos com as mesas redondas “Construa um talento diferenciado: um processo evolutivo” e “O capital humano por detrás da tecnologia”. Na primeira, há um enfoque no papel do lifelong learning, como sendo um propósito estratégico das organizações para atrair talento, um problema cada vez mais presente nas empresas. Na segunda, os oradores focam-se no processo de migração dos processos de trabalho tradicionais para sistemas informatizados, que levaram as empresas a apostar na criação de softwares específicos e adaptados às necessidades do cliente e à produtividade dos colaboradores.
De seguida, refletiu-se sobre comunicação em tempos de pandemia e sobre a necessidade de se reinventar as empresas. As oradoras da palestra “Comunicação em tempos de pandemia”, começam por enfatizar a importância de uma comunicação assente na transparência, verdade e proximidade, e falam da necessidade cada vez mais eminente de uma comunicação disruptiva, dando-se o exemplo das práticas de storytelling para uma comunicação mais eficaz. Na mesa redonda “Reinventar as empresas: Novas exigências no mercado de trabalho”, aborda-se questões como sustentabilidade, bem-estar e saúde mental, enquanto parâmetros a ter em conta nas empresas, e as exigências de adaptação ao nível da cultura e da tecnologia. A mudança e a adaptação das equipas a essa mudança são os pontos cruciais para a sobrevivência das empresas.
Antes da palestra final da nossa última keynote speaker, Telma Monteiro, dinamizaram-se os debates “Alinhar práticas de RH com o negócio em tempos de crise” e “RH estratégico: O talento certo no lugar certo”. Em traços gerais, na primeira mesa redonda os oradores expuseram à audiência alguns pontos que alterariam na forma como se gerem os talentos no nosso país. Sistema educativo e lógicas de microgestão foram os principais visados. Na segunda, abordou-se o facto de para atrair os melhores talentos ser necessário trabalhar o posicionamento das empresas e, isso, passa essencialmente pela humanização. Os candidatos procuram empresas com as quais se identifiquem, que vão ao encontro dos seus valores, que apoiem a sustentabilidade e que lhes oferecem oportunidades e desafios que não têm nas suas empresas atuais. Além disso, procuram um projeto que os orgulhe, um ambiente onde se sintam bem e consistência e coerência no processo de recrutamento.
Perante o entusiasmo de todos os participantes, Telma Monteiro encerra a 26.ª edição do Fórum RH aconselhando quem a assiste a: não olhar para a concorrência do ponto de vista negativo; sentir a pressão como um privilégio; trabalhar a capacidade de comunicação; ter capacidade de sair da zona de conforto e de adaptação à mudança. Sábias dicas para a esfera profissional, mas também para o nosso dia a dia.
Fórum RH, experiência a repetir?
Por esta altura, somaram-se os feedbacks positivos dos nossos convidados. “Foi um evento muito interessante, com pessoas muito interessantes também. Quis marcar presença, porque é extremamente importante ‘respirar pessoas’ – e aqui sente-se que as pessoas estão no centro de tudo –, e perceber como a gestão de pessoas vai evoluir neste contexto pandémico. Além disso, este tipo de eventos permite que nos deixemos inspirar”, diz Irene Vieira Rua, diretora de RH do Doutor Finanças.
Também Filipa de Jesus, responsável de RH da Opensoft – empresa de software, afirma que “a abrangência de temáticas do Fórum RH é genial e o regresso a uma certa normalidade, é sempre algo a valorizar. A ideia é que a partir da troca de conhecimentos que aqui se vive, se possa levar ideias para implementar nas nossas organizações”.
Orlando Santos Silva, advogado na Santos Silva Advogados, revela-nos que foi a primeira vez que marcou presença no Fórum RH 2021 e o feedback não podia ter sido mais positivo: “Posso dizer que esteve tudo muito bem organizado, com intervenções e temas bastante relevantes e atuais. Após a pandemia, esta é uma forma de encontro e networking. O facto de existir duas salas de conferência, oferece uma panóplia de opções e podemos escolher os temas que preferimos. Foi um evento muito dinâmico”.
Consulte aqui todos os registos fotográficos do evento que contou com o patrocínio de Edenred, ISQe, Cornerstone, AMT Consulting, ARAGO Consulting, Capgemini, Cegid Meta4, EY, GROW-ING, Inetum, ISEG Executive Education, ISQ Academy, Pulso Portugal e SAP SuccessFactors.