Autor: Amílcar Augusto, CEO da Think Attitude
A
s empresas que operam na área das tecnologias de informação deverão ser aquelas que mais desafios enfrentam no momento de contratar. O talento tecnológico é escasso, a procura por perfis altamente especializados é enorme e tudo isto requer um ponto de equilíbrio entre o que a empresa precisa, as novas tendências tecnológicas, o tipo de talento que pode ser encontrado e, claro, o orçamento disponível para o cargo.
A este desafio acresceu o “boom” da transformação digital como consequência da pandemia e as mudanças acabaram por ser transversais a todos os setores, os RH incluídos, o que levou a que obrigatoriamente a mentalidade das empresas em relação ao digital scouting e outsourcing mudasse. No período que se seguiu ao primeiro confinamento, as atividades de contratação decorreram maioritariamente em regime digital, uma estratégia que não era, até então, particularmente bem acolhida pelas empresas. Por necessidade, e ainda bem, a mentalidade das organizações mudou: as empresas perceberam, com a utilização da tecnologia e a realidade da mão-de-obra híbrida no futuro, que podem contratar talentos até numa geografia mais abrangente e chegar ao “profissional certo para a posição certa” de forma mais inclusiva. Fator este que considero fundamental, tendo em conta a necessidade de talentos altamente especializados.
Também o outsourcing passou a ser visto como uma forma eficaz para a mitigação de riscos, mas não só. As empresas começaram a identificar estas entidades externas como uma extensão sua e, tão importante quanto isso, viram no outsourcing uma forma de dar respostas atempadas às necessidades (imediatas) de certos projetos; a possibilidade de diminuírem os riscos associados aos projetos de TI, o executarem os projetos no time-to-market e o evitarem situações de turnover (e, claro, os custos associados). Em suma, compreenderam que assim têm muito mais tempo para se concentrarem nas suas competências-chave.
Algo que considero importante referir e que faz a diferença entre reter ou não um talento, em especial na área das TI, é o onboarding. Também este, nos últimos dois anos, sofreu reajustes devido ao teletrabalho, às empresas passarem a assumir-se em office hubs, entre outros fatores e, por isso mesmo, começaram a ser implementados a formação digital e o e-learning personalizado como resultado dessa transição. Este tem de ser, obrigatoriamente, um processo muito bem estruturado, pois sabemos que as primeiras semanas e meses para um recém colaborador são essenciais para a sua satisfação e consequente permanência a longo prazo.
Diria que estamos no meio de uma revolução tecnológica, mas entre as inúmeras inovações que moldam o nosso setor, ao dia de hoje, as conversas continuam a centrar-se na necessidade de manter o elemento humano no centro do recrutamento.
Uma equipa de sucesso não é aquela que adota todas as novas ferramentas do mercado, mas sim aquela que alcança o equilíbrio certo entre a máquina e o “toque humano”, sem perder de vista o que realmente importa: o candidato.
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